O dérbi em futsal deste fim-de-semana foi dos jogos mais incríveis que vi em muitos anos ligado ao futsal, por várias razões. A primeira, a mais visível mas para mim a menos importante, é o facto de marcarmos 5 golos e perdermos por 3-2. Incrível, não é? Sim, mas é o futsal. Às vezes é assim, jogas muito, assumes o jogo, fazes tudo para vencer mas quem vence é quem pouco ou nada joga.

Dentro de campo, fomos superiores, muito superiores. Fazendo minhas as palavras do Nuno Dias, não me lembro de um dérbi em que o Sporting fosse tão superior, em todos os aspectos. Empurrámos o adversário para trás, ainda mais do que este já trazia definido como estratégia, criámos imensas oportunidades para marcar e jogámos muito bem. Fizemos tudo para vencer um jogo, frente a um adversário que defendeu com tudo e muitas vezes nos seus 10 metros defensivos e jogava a bola na frente à procura de um milagre. E este aconteceu. Por 3 vezes.

Mas o que acho mesmo incrível, e que nunca antes tinha visto, é a constatação por parte do nosso adversário que… o Sporting é superior. Atenção, é o adversário a assumir que, dentro da quadra, a nossa equipa é muito superior à deles! A maneira como jogaram e como foram obrigados a jogar mostra isso mesmo: onde conta, lá dentro, como toda a gente viu, o Sporting é melhor, muito melhor. Depois do jogo, o Alex resume tudo em poucas palavras no flash-entreview da Sporting TV.

Mas entretanto apercebi-me que existe uma realidade alternativa, só ao alcance de alguns. Para o adversário, não interessa se a sua equipa foi melhor ou não. Venceu, foi premiada pela sua eficácia “pois marcou mais um golo que o adversário” (lindo!!!), e pela sua organização defensiva e tudo o que se passou no jogo é fruto apenas de trabalho e de estratégia. Nada mais. O cúmulo da desonestidade intelectual, portanto. Meus amigos, esta derrota só mostra a nossa grandeza no Futsal. Porquê? Porque os grandes são os que enfrentam todos de frente e olhos nos olhos, sem medos e com confiança nas suas capacidades, independentemente do resultado final. Um nome apenas, não chega para ser grande. Os que o são grandes mostram, dentro e fora da quadra, a razão de o serem.

 

*às terças, o Vegeta analisa os superpoderes da nossa equipa de futsal