Deitei-me angustiado e levantei-me na mesma. Mas tal como há algumas horas, há duas ideias que estão claras na minha cabeça: se recuasse no tempo, voltaria a votar em Bruno de Carvalho. E voltaria a ficar entusiasmado com a contratação de Marco Silva. Posto isto, pergunto a mim mesmo: porque raio é que eu devo estar a torturar-me por causa das declarações de um José Eduardo da vida? Repito, de um José Eduardo da vida. E se ele não gostar, que me envie um e-mail que terei todo o gosto em encontrar-me com ele num qualquer parque de estacionamento e, sem intermediários – ok, chamemos a SportingTV que eu gosto de dar audiências aos da casa – para debater a “cultura Sportinguista”.

Sorry, não quero perder-me porque isto é um post para sair de enxurrada. Posto isto, pergunto a mim mesmo: porque raio é que eu devo estar a torturar-me por causa das declarações de um José Eduardo da vida? Resposta: porque o Sporting me corre nas veias. E porque sinto que o que este senhor fez, ontem à noite, foi tudo menos defender o Sporting. Ele envergonhou o Sporting, transformando-o numa casa dos segredos, carregada de suspeições, de interesses, de guerrilhas e de fantasmas prontos a assombrarem os nossos dias. Numa altura em que a tal poeira parecia querer assentar, lá volta esse grande e independente Sportinguista para acicatar dúvidas e para promover a clivagem. Sim, ó meu filósofo de pacotilha, foi isto que tu fizeste ontem, metendo os pés pelas mãos de cada vez que falavas e dando armas de bandeja a todos os que querem atacar o Sporting! E ainda tiveste a distinta lata de vir revelar conversas internas e de sugerir aos Sportinguistas que comprem A Bola, o mesmo jornal que te serve de palanque. Depois daquele artigo de opinião, esta entrevista coloca-te directamente na minha lista de gajos com quem desejo não me cruzar para não correr o risco de soltar o viking que há em mim. Porque se há coisa que me enoja é ver pessoas que se arrogam na posição de paladinos da verdade e que, depois, quando confrontados com o que disseram e escreveram, se refugiam em retóricas vazias. A tua figura foi patética e, sinceramente, espero que as pessoas tenham percebido que é melhor não te baterem tantas palminhas. Até porque, e que fique aqui escrito, não me admiraria nada vir a ver-te a fazer parte de uma lista de gajos equilibrados e bem falantes, encabeçada pelo Rogério Alves. Gajos que, nos últimos tempos, têm surgido com opiniões equilibradas e granjeado a simpatia de um crescente número de Sportinguistas. Sabes, ó Zé, tu falas num polvo para estrangular o Bruno, eu desconfio das lulas gigantes que me parecem prontas a dar-lhe um abraço de morte. Só ainda não percebi é se a golpada está preparada para a próxima AG, mas tudo farei para deixar-vos a descoberto a cartilagem!

Deitei-me angustiado e levantei-me na mesma. Mas tal como há algumas horas, há duas ideias que estão claras na minha cabeça: se recuasse no tempo, voltaria a votar em Bruno de Carvalho. E voltaria a ficar entusiasmado com a contratação de Marco Silva. Basta de alimentar quem quer promover uma guerra entre ambos e que, a existir, me parece, cada vez mais, um problema de comunicação assente em choques de feitios e na dificuldade em gerir os espaços que cada pessoa deve ocupar na mecânica do clube. Confio nas pessoas que estão à frente do Sporting e confio que são homens o suficiente para ultrapassarem as divergências em nome do que, efectivamente, é mais importante: o Sporting Clube de Portugal. É também por isso, que mais duas ideias se tornam claras na minha cabeça: que é fundamental que todos nós, os verdadeiros Sportinguistas independentes, marquemos presença na AG e façamos ouvir a nossa voz em defesa do clube; e que amanhã, interromperei estes poucos dias de descanso para ir de escantilhão a Alvalade, apoiar o Sporting. Ganhar, será o melhor remédio para deixar os polvos, as lulas e outros cefalópodes sem imperfeições onde possam prender as ventosas!

 

p.s. – tenho quatro textos a marinar, enviados para o “hoje escreves tu”, todos eles sobre esta novela que a todos incomoda. Tinha decidido encerrar esta temática, mas custa-me não dar voz a quem fez um esforço para fazer-se ouvir, por isso esses textos serão publicados ao longo do dia. Depois, peço-vos que compreendam esta necessidade de sermos uns dos primeiros a erguer uma muralha em redor de uma paixão em comum.