Sem forçar muito o andamento, mas de forma convincente. Se me pedissem para resumir a vitória do Sporting frente ao Famalicão, seria esta a frase que eu escolheria. A turma de Alvalade soube ser séria, procurou resolver o jogo desde cedo e só fica a dever a si mesma um resultado ainda mais desnivelado. Pelo meio, nos minutos que se seguiram ao 2-0, marcado por João Mário, tempo para baixar o ritmo ao nível do frio, permitindo ao Famalicão acreditar que podia chegar ao golo que seria um prémio para os seus adeptos, que tanto se esforçaram por animar as bancadas. O golo de Paulo Oliveira e, mais tarde, o de Montero, escreveram uma história que começou em “mais uma lateralização” de William” e em mais um momento inspirado de Carrillo.

O peruano é, hoje, uma das principais figuras da equipa. Defende como poucos extremos de um clube grande e coloca a sua qualidade técnica ao serviço da equipa, mostrando que a paciência (das estruturas e dos adeptos) é um meio fundamental para se atingir o sucesso. Claro que há quem assim não pense, como ficou bem patente na vergonhosa vai a Mané quando este resolveu não oferecer o golo a Tanaka. E se Carrillo deu sabor à noite, o japonês foi o homem de serviço. Três assistências e movimentações que não deixam margem para dúvidas sobre estarmos perante um jogador com escola… de avançado. Tanaka não é ponta-de-lança e dificilmente será homem para actuar sozinho na frente, em 4-3-3. Será esse o papel de Montero que, valham-nos os deuses do futebol, acabou por marcar um golo e ficar menos desmoralizado depois de falhar um penalti. É que, na ausência do bicho Slimani, precisamos, mesmo, de um Fredy de facas afiadas, capaz de transformar-se novamente no pesadelo dos defesas.

A propósito de defesas, ontem foi dia de ver lado a lado a nossa futura dupla de centrais. Duvido que seja em Braga, mas acredito que até final da época e aproveitando os jogos da Taça da Liga, Tobias terá conquistado o lugar ao lado de Paulo Oliveira. Nessa altura, lembrem-se de deixar crescer Sarr, sem esquecer que, em tempos, muitos afirmaram que o “Figueiredo não vai longe”. A verdade é que o Figueiredo, que também é Tobias, tem um enorme potencial e tem tudo para ser a próxima pérola a sair da nossa Academia. Uma Academia de onde saiu outra das figuras do jogo, João Mário, empenhado em pautar todo o jogo da equipa, procurando ser o auxílio de William e esticar o meio-campo até à área adversária. Ganhou o penalti, marcou um golo, reforçou o moral, algo fundamental em vésperas de um duro teste na pedreira.