Caro Tasqueiro (não me levem de só fazer uso de um género) se tens mais que a 4ª classe e és um privilegiado “hater” do nosso presidente, aviso-te já que este post é capaz de ter fazer saltar umas porcas e desaparafusar uns quantos rebites nessa mona de croquetiana liga metálica.

Aviso feito, vamos ao que interessa. Na noite de Segunda-Feira preparei-me convenientemente para assistir a um combate. Os adversários prometiam umas boas horas de luta. Num canto com 140 kgs, a Morsa do Damaense, o Fernando Santos da BTV, o Rato de Esgoto da tv portuguesa, o Senhor Rigor…o “indigesto” Pedro Guerra. No outro lado, com 100 kgs, o Gordo de Alvalade, a Tia do Lumiar, o Pastor das Ovelhas…o “incendiário” Bruno de Carvalho. Ao começo do programa olhei para um e para outro e salivava com a expectativa de sucessões de golpes e contragolpes, com os espirros de suor e sangue a cada brutal impacto das palavras e ideias. Toda a minha concentração estava absorvida pela desejada batalha entre o lado negro da força lampiónica e o fluxo luminoso de pura energia leonina.
O que se seguiu foi uma enorme, épica, traumática desilusão.

Dou o desconto ao Pedrocas de BdC ter sido o convidado do programa e por isso mesmo ter tido “via aberta” para golpear a morsa como quis. Mas também, convém lembrar que o ex-Damaense e porta estandarte do luto Eusébiano estava no seu território e a jogar um jogo que já conhece de olhos fechados. Centenas de horas de paineleirice e complacência dos moderadores com o representante de 50% da audiência, fizeram de Pedro Guerra um adversário tão abjeto como temível, especialmente para um Sportinguista que não domine a arte de conseguir falar por cima de uma gralha com diarreia oral. Voltando pois à desilusão…foram 2 horas de espancamento interminável. Logo na primeira frase, Pedro Guerra escorrega num elogio ao Sporting e põe o queixo pronto ao primeiro golpe. Levou-o e…nunca mais parou de levar. Quer dizer, até houve uns intervalos…a Morsa chamou tanto pela intervenção do árbitro, que folgou uns quantos segundos que não devia ter folgado na arte de ser esmagado intelectualmente.

Digo-vos que só foi divertido porque tendencialmente o meu lado já estava escolhido e ver o nosso adversário vestir as peles de um 7-1 tem tanta piada como qualquer outra vitória. As goleadas só têm sumo para quem goleia e quase que aposto que onde quer que fosse Carnide, aos 10 minutos de debate os Eno´s já tinham rompido o stock. Não me interessa muito dissecar o que foram os argumentos de um e de outro. Primeiro porque os argumentos de BdC foram muito do que todos os dias se vai partilhando aqui nesta Tasca e segundo porque a resposta que nunca chegou não passou de umas míseras insinuações sobre a vida empresarial do presidente. “Ó doce ironia” devem ter cantado anjos barrocos dentro da estratégia de BdC. Pedro Guerra, no golpe mais profundo que pensara desferir no seu adversário acabara de amputar-se de qualquer tipo de razão passada, presente ou futura. Alguém que tem como presidente Vieira, com o seu passado de negócios, que o próprio Guerra investigara e denunciara no tempo em que tinha dignidade, a última coisa que poria em cima da mesa era “aquele” argumento. Aquilo foi mais ou menos como tentar apunhalar alguém agarrando na faca pelo lado da lâmina.

Confesso que a razão principal desta dramática cena de humilhação sem dó nem piedade está na absoluta surpresa do debatente Carnidense. Sim, a Morsa foi completamente apanhada na curva, paralisada por ver um Presidente do Sporting usar as suas armas, as interrupções, os papéis que provam o que se quer que provem, as exclamações de indignação por dá cá aquela palha, as distorções de razões com alcance imprevisível e principalmente a suspeição levantada como quem levanta um Panzer da II Guerra com o dedo mindinho. Em tudo, BdC provou ser capaz de ser capaz de enfeitiçar o feiticeiro. Em tudo, o mau de Pedro Guerra foi ainda pior nas Garras do Mandarim de Alvalade…e o Jack Burton foi com los porcos. Afinal, alguém se tinha (mais uma vez) deixado levar pela ideia de que o Bruno é isto, diz aquilo e faz aqueloutro…e confiou que os truques de manga do costume meteriam “o gordo” no bucho. A máquina de propaganda foi parada. A engrenagem emperrara…provando do mesmo diesel que fez e faz tantas redações carburar a alta rotação. Alguém descobrira, pelo meio de um debate medonho, de valor completamente questionável, que a esta “cobra” vermelha não é imune ao seu próprio veneno.

Não haverá Leaks que venham alguma vez destapar o estrago que o tombo de uma morsa em cima de uma pilha de coca acabara de fazer.

*às quartas, o Leão de Plástico passa-se da marmita e vira do avesso a cozinha da Tasca