A recente votação do site da Eurosport para aferir de que clube eram os melhores adeptos da europa, que vencemos, diga-se, com larga margem, fez-me lembrar de várias ideias que sempre ouvi desde pequeno os adeptos do meu clube defenderem, principalmente naqueles Domingos à tarde onde verdadeiras romarias levavam multidões a um extremo do bairro do Lumiar.

Nunca ouvi que fossemos “grandes”, porque o sabíamos.
Nunca ouvi que fossemos “melhores” porque mesmo não o sendo no momento sê-lo-iamos sempre nas nossas cabeças.
Nunca ouvi que fossemos “mais” porque no estádio não sobravam assim tantas cadeiras para que isso fosse uma preocupação.
Nunca ouvi que fossemos os mais “ricos”, porque nunca o fomos apesar de nos considerarem um clube elitista. Aliás devem contar-se pelos dedos de uma mão as épocas onde o Sporting gastou mais que o seu rival de Lisboa…em mais de 100 anos de história.
Mas há uma coisa que sempre ouvi, desde os meus 5 anos até hoje (em que tenho bem mais): nós temos os “melhores adeptos”.

Não temos mais adeptos, não temos os adeptos mais ricos, nem os mais inteligentes, nem os mais poderosos, nem os mais célebres, temos os adeptos mais dedicados, mais resilientes, mais apaixonados e mais pro-activos. E não preciso de prova alguma para atestar o que digo, apenas a apresentação de um facto: Quantos clubes seriam “grandes” com 2 títulos em quase 40 anos?

Somos nós adeptos que mantivemos o emblema popular, dinâmico, competitivo ao longo de 4 longas décadas, quase quarentas épocas recheadas de desilusão e pequenos vislumbres passageiros de glória. Muitos sportinguistas continuam a surgir, muitos mais surgirão. A nossa força não foram os títulos (embora precisemos deles como qualquer clube ambicioso), nem os milhões (idem)…a nossa força foi e será sempre uma paixão por um ideal desportivo que ninguém mais partilha, que apenas posso explicar relembrando o nosso lema “Esforço, Dedicação, Devoção e Glória”. O que faz de nós grandes é a capacidade de amar o clube, mesmo que o presente não nos permita saborear a última palavra do lema.

Na caminhada desta época não são votações online que indicam que somos os “melhores” adeptos da Europa, mas sim a reacção pronta e inequívoca que damos a tantos que se empenham dia e noite em nos deprimir com um passado inglório. Porque o “nosso amor” não é só na “glória”, mas muito mais pela nobreza e personalidade estóica de nos entregarmos à luta sem reservas, medo ou cautela. O nosso símbolo é o Leão e não…isso não é um mero acaso.

*às quartas, o Leão de Plástico passa-se da marmita e vira do avesso a cozinha da Tasca