Apesar da evidente blasfémia do título, não me ocorreu melhor. Sei que há quem não vá gostar, e desde já me penitencio, e prometo tentar pelo menos enquadrar… ao menos isso, pois a penitência, tal como outras coisas mais, tem perna curta… Coisas de quem tem a cabeça atafulhada de referências a mais…

Na nossa Casa, que frequentamos com humildade suficiente para reconhecer um pilarzito a fraquejar ou uma possível goteira que urge remendar, tivemos a possibilidade de contar há uns anos atrás com uma Treinadora daquelas que deixam saudades. Não é que o escalão dessa Treinadora começasse de repente a ganhar tudo, ou a obter vitórias e a produzir jogo em qualidade… isso já eles faziam. Quando vi o primeiro treino com a nova Treinadora vi ali coisas que ainda não tinha visto em treinos anteriores e naquele escalão em específico… um “Hold the Lines” ecoado através de décadas e séculos de guerras aquando das guerras ainda tinham Honra.

Aguentava firme os nossos Leões, não os deixava ao abandono, dava ali referências de defesa em linha, a posição de ataque, cara fechada e corpo já a pender para ganhar o terreno cedido. Impressionou-me bastante e comentei com bem mais entendidos que eu… e a resposta deixou-me desarmado:
– Meu caro, ainda não viu nada…

Vamos então tentar enquadrar o título desta semana. Se a nossa religião verde e branca, oval e cheia de lama tem uma catedral, ou uma só capela num alto do monte, com uma cruz ao lado e vistas de cortar a respiração, é o campo. Relva, lama, água e pó, são as hóstias que comungamos. Também ajoelhamos às vezes, e ficamos tombados, e temos o nosso sacerdote que vai dizendo o que está bem, corrigindo o que está menos bem, e dando calduços para acordar. Neste nossos Templo, tal como nos outros por aí fora, também cumprimentamos quem, apesar de não ter a nossa cota de armas, partilhou a mesma religião connosco.

Se vos convenci já que é de facto um Templo a Casa onde jogamos, o nosso Santo dos Santos, onde o nosso Deus vive e respira e sente-se, só pode ser o balneário. Uma quarta-feira à noite após mais um treino, estão os nossos Leões de palmo e meio a meio das abluções, quando um deles nota que o pai de um companheiro atrasou-se. Coisas que acontecem, os outros papás cá fora à espera dos catraios e nada de aparecer ninguém… Eu estranhei a demora e fui ver do que se tratava… Mandam então os petizes este recado cá para fora às massas ansiosas… Não “habemos papam” para todos, não há para ninguém…

Traduzindo e simplificando.
Entraram para o balneário juntos, saem juntos. Os papás que esperem… e assim fizeram.
Estou ansioso que o meu Leão comece os treinos com esta Treinadora… está de volta…
Bem vinda.

*às quintas, o Escondidinho do Leão aparece com uma bola diferente debaixo do braço, pronto a contar histórias que terminam num ensaio