solidarioFiz questão de levar a minha filha ao treino solidário de ontem, em Alvalade, um sucesso em termos de adesão. A causa era nobre, a possibilidade de reforçar valores de partilha, associando-os ao Sporting, completavam o apelo. Mas se o Natal é das crianças e este era um dia para as crianças Sportinguistas, a preparação incluiu algo mais. Camisola, bola, cachecol e uma caneta, comprada especialmente para que os jogadores pudessem autografar tudo isto.

É, em última instância poderão dizer “a culpa é tua, pá! Porque raio foste dizer à miúda que iam abrir as portas e deixar aquelas três ou quatro mil almas irem ao relvado?”. Sim, em última instância a culpa será minha por ter criado expectativas numa fervorosa Leoa de sete anos. Mas, mesmo assumindo essa culpa, não posso deixar de dizer que acho lamentável ter-se perdido a oportunidade de, numa quadra como esta e num dia como o de ontem, não permitir que milhares e milhares de crianças, aquelas que envergam o Rampante sem pouco ou nada terem ganho com ele ao peito, pudessem estar perto dos seus ídolos. Mais do que lamentável, considero de uma falta de sensibilidade atroz por parte de quem gere a relação afectiva entre o clube e os adeptos.

Sobrou uma foto com o Jubas e a minha tentativa de minimizar a desilusão. “Vá, se eles tivessem aberto as portas nem ias estar com o Rui. Depois vamos à Academia e esperamos que eles saiam nos carros“. A resposta, essa, não deixou margem para dúvidas. «Está bem. Mas não quero vir mais a treinos abertos! São uma porcaria!»