Recentemente o Presidente Bruno de Carvalho apresentou um conjunto de 11 medidas para melhorar o estado da arbitragem em Portugal. Um conjunto de medidas que têm a minha concordância e a serem aplicadas melhorariam em muito o nível da nossa arbitragem.

Este post tem como propósito avançar com propostas que visam aprofundar as medidas apresentadas nos pontos 3 e 4, que no meu entender iriam contribuir para um maior envolvimento dos clubes (todos) nas decisões, esvaziando o poder do clube que controla o Conselho de Arbitragem.

Ponto 3 – Observadores
No início da época, cada clube da Liga indicaria X (teria de se determinar o número) observadores ao Conselho de Arbitragem, que naturalmente teriam de ter formação ou passar pela formação e certificação necessária para poder exercer essa função.
No decorrer da época, para cada jogo, cada clube interveniente nomearia 1 observador e a nota final atribuída ao árbitro, seria a média das notas das duas observações.

Ponto 4 – Nomeação dos árbitros
Todos nós temos conhecimento das pressões que os clubes fazem na comunicação social contra determinados árbitros e temos também a noção, porque foi disponibilizado no youtube (escutas do apito dourado), dos telefonemas privados para os Presidentes do Conselho de Arbitragem a “cozinhar” nomeações da sua preferência.
Ora, a minha proposta pretende “legalizar” as escolhas dos clubes. E de que forma seria implementada essa escolha? Na reunião preparatória do CA, antes de cada jornada, estariam presentes os representantes dos clubes, e os 2 clubes intervenientes em cada jogo teriam entre si de chegar a um consenso para a nomeação do árbitro da partida. Se esse consenso não fosse encontrado, partiria-se para o sorteio.
Claro que teria de existir alguns condicionalismos, como por exemplo: cada árbitro ter um limite de jogos que pode fazer por clube; limitar o número de jogos que pode apitar de clubes da sua associação (quando os dois clubes intervenientes são da mesma Associação não conta); escolher entre os árbitros internacionais para os jogos mais importantes ou os x melhor colocados na tabela da classificação dos árbitros da época em curso, etc…

soares

As propostas
Estas propostas podem causar alguma surpresa, mas são medidas que iriam permitir um maior controlo de execução por parte dos clubes (todos e não só de um) e que já são usadas noutros âmbitos, como por exemplo no processo eleitoral na escolha dos membros para as mesas de voto. Porque será que os partidos políticos não abdicam de ser eles a discutir entre si a distribuição dos membros das mesas de voto? Porque não deixam que seja o Ministério da Administração Interna a tratar de todo o processo? São os partidos nos concelhos, freguesia a freguesia, que discutem entre si a composição das mesas de voto com a mediação das respectivas juntas, e se não chegarem a acordo, a composição final será encontrada por sorteio em sede da Câmara Municipal do respectivo Concelho. Cada partido pode indicar também 1 delegado para as mesas de voto, que não podendo desempenhar as funções de presidente da mesa, vice, secretário ou escrutinador, pode fiscalizar o acto e estar presente na altura da contagem dos votos.

O envolvimento dos clubes no processo de nomeação dos árbitros teria também o efeito de reduzir substancialmente as críticas públicas ao seu desempenho, porque passariam a ter quota parte de responsabilização na nomeação, para além de cada um ter 1 observador nomeado que iria contribuir para a nota final, fazendo média com a nota do observador indicado pelo adversário do jogo.

TEXTO ESCRITO POR Nogueira82
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]