Neste texto vou escrever sobre um conjunto de coisas que me fodem o juízo. Em jeito de intróito peço já àquele sportinguista que se gaba de sabe estar e gosta que os outros saibam estar que vá para o caralho que o foda. Este texto não é para si. Peço também àquele sportinguista que, de cigarro e mão trémula diz que estamos pior do que em 2013, que vá igualmente para o caralho que o foda. Este texto também não é para si. Vá meter um comprimido debaixo da língua, vá-se embora, deixe de fumar e de comer queijo da serra senão ainda acaba todo esticado numa maca dos bombeiros a ser levado ao som de “NANANANA BAS DOST”.

Vamos à lista:

A alegria dos benfiquistas: Vão descalços e não seguros montados numa vassoura com dois cabos (chamados Rui Cebolada e Conselho de Arbitragem) rumo ao 36. A alegria destes filhos da puta mete-me nojo. A forma como eles tentam racionalizar o facto de serem sempre beneficiados faz-me passar da cabeça. Ou a bola não bateu na mão, ou bateu mas foi sem intenção ou então bateu mas compensou uma falta não assinalada em 1993 num jogo fora contra o Feirense que poderia ter dado um lance perigoso ao minuto 72. A alegria com que os cabrões espalhados nos media anunciam, com incontido prazer, a “crise no Sporting”. Crise? Mas qual crise caralho? Crise havia em 2013 quando não havia dinheiro para nada e era preciso andar a contar os rolos de papel higiénico na casa de banho da SAD. Nessa altura, seus filhos da puta, vocês andavam a dizer com sorriso na boca que “o Sporting faz falta ao futebol português”.

Marco Silva: Outra vez este esta conversa caralho? Outra vez? O Marco Silva é que aguentou o barco com muito mérito? Mas o aguentou o quê caralho? O treinador que aguentou o barco foi o Jesualdo, com um plantel de miúdos lançados às feras sem saberem ler nem escrever, em que os mais velhos só não rescindiram por salários em atraso porque em Março nenhum clube lhes pegava. O Marco Silva foi despedido do Olympiakos por falta de compromisso. No Sporting colocou-se do lado de dois jogadores que se recusaram a treinar para forçarem uma saída (Slimani e Rojo). Fizemos uma época titubeante com este gajo aos comandos da equipa. Ganhámos a Taça de Portugal por causa de um senhor chamado Islam Slimani, que veio a perceber que fez muito bem em meter a viola do saco e voltar a treinar. Foi graças à raça deste homem que o Marco Silva saiu do Sporting como um “vencedor”. Não esqueçamos que fizemos 82 minutos de futebol miserável no Jamor. Mesmo depois do golo do Slimani nada fazia prever que marcássemos o segundo. A TVI 24 até já tinha começado a fazer o rescaldo em Braga. Foi graças a uma casa monumental do Braga e à crença do nosso Freddy Kruger que empatámos. JJ veio e com basicamente a mesma equipa pôs-nos a jogar mais do dobro. Por isso sportinguistas croquette que gostavam muito da “lisura e educação de Marco Silva”, vão pró caralho…vocês e a vossa lisura.

Pedro Madeira Rodrigues: onde é que este caralho andava quando nos roubaram a meia-final da Taça da Liga? Onde? O que é que disse? Alguém ouviu alguma coisa? Eu também não. Mais, este caralho veio aí dizer que “a reestruturação estava já preparada pelo doutor Nobre Guedes”. Ai sim? Sabe o que estava preparado caralho? Declarar falência, extinguir as modalidades com excepção do futsal (que passaria para a SAD) e implementar um plano especial de revitalização. O que estava preparado era a concretização do sonho molhado do projecto cRoquette, que era tornar o Sporting um clube de futebol e de espaços premium de fitness frequentado pelas meninas da l’Agence.

cRoquettes levantados do chão: que conversa é essa de andar aí a flutuar uma “lista muito forte”, que até fez convites ao Futre, que ameaça cair da CM TV a qualquer momento, mas em particular a seguir a uma próxima derrota. Se perdêssemos em Chaves aparecia logo a seguir. Agora só aparece se perdermos na Madeira. Eu sugiro, inspirado em Mário Soares, que esta lista se vá embora…que esta lista desapareça! Que vá para o buraco de onde veio e que vá para o caralho que a foda juntamente com todos os sportinguisttas que a compõem. Que vão TODOS para o caralho que os foda.

A Equipa de futebol: mas que merda vem a ser esta? Mas andamos todos a brincar? Começaram ontem a jogar futebol? Os adeptos fazem muito pressão? Mas julgam que estão onde? Em que clube é que acham que jogam? Não vou bater na falta de qualidade dos reforços, já é assunto mais que falado. Como li alguém no Twitter escrever “se tivessem todos os dias colegas benfiquistas a foderem-vos o juízo” bem que se esforçavam mais. Eu sei que as espirais negativas são difíceis, especialmente difíceis para quem passou 95% da vida desportiva no topo. Aqui aplica-se a princípio da Rainha de Copas. Há momentos na vida em que é preciso correr a toda velocidade simplesmente para não se sair do mesmo sítio. Quem quer não esteja comprometido, rua. Quem está, vamos à guerra.

Presidente Bruno de Carvalho: a minha fúria e espiral de caralhada acaba aqui. Antes de mais obrigado por me devolver o orgulho no meu Sporting. O Sporting que herdei do meu avô e da minha mãe. O clube que faz parte de mim. Espero que a viagem Porto – Lisboa feita de carro acima do limite de velocidade (diz o Record que fez Porto-Lisboa em 2h20, respect) lhe tenha permitido reflectir. Também não consigo pensar parado. O movimento tem um efeito terapêutico, dá-me clarividência, permite-me pensar. Um líder está sempre sozinho, mas por vezes precisa de se isolar. Tal como você, penso melhor enquanto ando a pé, de carro ou de bicicleta. Cheguei às decisões mais importantes da minha vida em movimento. Escolha de curso, de carreira, altura de terminar uma relação.

Não somos os únicos. Neil Peart, baterista dos Rush perdeu num espaço de um mês primeiro a única filha (num acidente) e logo a seguir a mulher (na altura internada com cancro). Os amigos e companheiros de banda na altura recearam que ele se pudesse suicidar. Mas não foi isso que fez. Pegou na mota e fez-se à estrada. Durante um ano vagueou pelas estradas da América do Norte. Mais tarde viria a escrever que o movimento tem qualquer coisa de terapêutico. Leu livros, ouviu músicas e descobriu sítios que não vêm no mapa. No fim dessa viagem conheceu uma jornalista por quem se apaixonou. Hoje têm uma filha. Recomeçou a vida aos 57 anos. Desta jornada ficou uma música chamada “Ghost Rider”, apenas tocada pela banda um par de vezes ao vivo. Serve este exemplo para dizer que para os bons marinheiros, o mar está sempre de feição, apesar de não parecer. Tenho toda a confiança em sim. Não sou muito dado a grandes manifestações de afecto, mas apetece-me dar-lhe um grande abraço e desejar-lhe força. Eu acredito em si. E vou votar em si.

Class dismissed, mortherfuckers!

leaomascara

TEXTO ESCRITO POR Shark
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]