Já começa a tornar-se um hábito: o Sporting joga fora, frente a equipas que utilizam extremos e avançados rapidíssimos, e quando vemos que Bruno César é o defesa esquerdo somos percorridos por um arrepio. A culpa não é do Bruno, jogador que ainda só não terá jogado a ponta de lança e a guarda-redes, antes da insistência em utilizá-lo numa posição para a qual não está minimamente talhado. Depois, e porque no Sporting tudo o que pode correr mal corre mal, estava o jogo empastelado quando uma charutada dos cónegos é cortada de forma estranha por Coates, a bola faz um balão e quando desce bate no braço de Bruno César e vai para a baliza de um Rui Patrício longe da boa forma.

Aos 16 minutos o Sporting apanhava-se a perder e dava ao Moreirense a possibilidade de jogar ainda mais como gosta: em lançamentos rápidos para os homens da frente, Sougou, Dramé e Boateng. Gelson, para não variar, ia tentando ser a gazua para abrir a defensiva contrária, até porque à esquerda Bryan Ruiz era figura de corpo presente. O outro Ruiz, o Alan, ia tentando jogar entre linhas, mas o espaço era pouco ou nenhum. Foi, por isso, preciso esperar até aos 36 minutos para o Sporting estar à beira do golo. Cruzamento de Bruno César e Gelson a surgir, à ponta de lança, para uma grande cabeçada defendida com estilo pelo redes adversário. Dois minutos depois, Makaridze nada pôde fazer face ao remate de Alan Ruiz, após cruzamento de Bast Dost que soube fugir para a esquerda e desposicionar a defesa adversária.

Parecia tudo encaminhado para que o 1-1 fosse o resultado ao intervalo, mas mais um disparate defensivo (centrais a dormir, Rui a sair-se à toa) valeria ao Moreirense um penalti e o passar para a frente do marcador.

Para a segunda parte algo tinha que mudar, desde logo a atitude, e Alan Ruiz deu o exemplo logo aos 50 minutos, numa arrancada pela esquerda que só pecou pela pouca força do remate quando já tinha ganho todo o espaço para alvejar a baliza. Depois foi Bas Dost a deixar um aviso, antes da substituição que alteraria todo o jogo. Com a entrada de Podence para a esquerda, o Sporting ganhava dimensão a toda a largura do terreno e seria o extremo a ensaiar uma arrancada para o meio que culminaria com um remate ao poste. Na recarga, Bas Dost marcaria o seu 17º golo nesta temporada e deixava o jogo totalmente em aberto a 20 minutos do final.

O Sporting estava por cima, o Moreirense já não saía a jogar, e Adrien concluiria num remate de raiva uma jogada por si iniciada e que passou pelos pés de Gelson e Schelotto. Estava dada a cambalhota no marcador, mas o Leão não se livraria de mais um susto, ao ver uma bola embater na barra, antes de Podence e Bruno César terem nos pés os dois últimos remates perigosos de uma partida que o Sporting venceu com base no esforço, na dedicação e num danoninho que veio do banco para dar à equipa aquele “bocadinho assim” que lhe faltava.