geraldesgauldSomos rápidos, prontos, incomplacentes quando se trata de apontar o dedo e exigir a quem veste a nossa camisola. Honra, dedicação, cumprimento, respeito, transpiração. E faz sentido, obviamente que faz, exigir que quem enverga a verde e branca seja profissional e esteja à de um símbolo com mais de 110 anos de história e consiga entrar numa galeria que parece cada vez mais fechada à medida que se propaga a máxima “zero ídolos”.

Ora, vem isto a propósito de algo que me tem incomodado e continua a incomodar: a situação de Ryan Gauld e de André Geraldes.

Passaram-se meses e não há uma explicação oficial para o que aconteceu. Zero. Somos brindados com mil e uma teorias veiculadas pela comunicação social, somos brindados por declarações nada abonatórias por parte dos dirigentes do Vitória de Setúbal, até temos o estado lampiónico a fazer-se de parceiro dos sadinos nas queixas. Enquanto isso, Geraldes tem feito uma perninha na B. Gauld, esse, desapareceu como se o Douglas tivesse feito uma bomba para uma piscina vazia enquanto o escocês a transformava num solário improvisado.

Se isto me incomodaria enquanto adepto do Sporting e cidadão comum, mas me incomoda enquanto sócio. Continuo a achar que merecia uma explicação oficial, tal como acho que os jogadores estão a ser tratados como eu gostava que não fossem no clube que é o meu. Sim, o ordenado continua a entrar no final do mês, mas será que tudo se resume a um “recebes a tempo e horas, o resto tens mais é que papar por seres um activo que nós gerimos como bem nos apetecer”?

Devo lembrar-vos o quanto escrevemos e vociferámos pela não utilização de Gauld há duas épocas, nomeadamente depois do escocês ter entrado frente ao Leiria. Falta de oportunidades, inacreditável como não se aposta num miúdo que até custou bastante dinheiro. E agora? Gauld deixou de saber jogar? Não. Gauld não tem margem para tentar impor-se no Sporting? Menos ainda.

A verdade é que o pequeno Ryan surge como mero figurante nos treinos, mesmo que sempre que treina ou sempre que jogou tenha mostrado capacidade para, por exemplo, ocupar o lugar de um lesionado e castigado Adrien, mas que, de acordo com o treinador, verá o seu posto ocupado por outro jogador que até poderá ser Bryan Ruiz (e eu a pensar que se o Ruiz está sem corda, afinal aguenta ser box to box). Jesus foi bem claro no que disse e a verdade é que Ryan não conta. Provavelmente nunca contará. E o processo evolutivo foi interrompido porque… é este porque que eu queria conhecer. Mesmo. Até porque, provavelmente e assim sendo, não teria que escrever este post…

p.s. – também me apetece falar de Francisco Geraldes. Do banco para a bancada, da bancada para o centro do relvado (mas sem bola). Falta de intensidade e adaptação aos treinos? Opção para as alas ou como segundo avançado? Espero estar redondamente enganado, mas soa-me a pouco para um puto que não está ali por favor. E que para andar a fazer activações de marca ao intervalo, bem poderia ter continuado até final da época ao serviço do clube onde crescia de semana para semana.