«[…] dou mais valor ao Rui por ter crescido no erro, no assobio, sobre difamação dos media, mesmo na seleção. Ele conquistou tudo por mérito próprio, não foi porque alguém lhe deu alguma coisa. Não é um sobredotado, não é, mas conseguiu tudo pelo trabalho e merece todo o destaque, é um dos melhores da Europa e deixou a marca.[…]»

As palavras são de Tiago Jorge, actual guarda-redes redes do Barreirense, que cresceu a disputar a baliza com o nosso Rui Patrício, que partilhou o balneário com Adrien ou Daniel Carriço, entre outros, e assentam que nem uma luva em tudo o que penso sobre o “Marrazes”. E sobre o que me apetecia escrever sobre os 400 jogos feitos com a nossa camisola. Repito. 400 jogos com a nossa camisola, número que será pulverizado e que o tornará no jogador que mais vezes a defendeu dentro das quatro linhas.

A verdade é que, hoje como há uns dez anos, Rui Patrício é facilmente criticado sempre que resvala.
Por cada má saída esquecem-se as incontáveis “manchas” estilo “in your face” com que rouba golos feitos aos adversários.
Por cada tremelique esquecem-se os nervos de aço em penaltis que valem Taças, mesmo que defendidos numa final e em inferioridade física, ou numa eliminatória em que antes da defesa diz ao colega “eu defendo esta merda” (já agora, são 12 defendidos em 50).
Por cada hesitação esquecem-se momentos como aquele toque invisível que desviou a bola cabeceada por Joe Hart ou aquela subida à área adversária e a bola que termina na baliza do Twente.
Por cada remate em que parece ter podido fazer mais esquecem-se aquelas defesas que lhe valeram ser apelidado como digno sucessor de Damas.
Por cada frango, que eles também acontecem, esfuma-se o orgulho de dizer que um dos homens que carregou a selecção rumo à conquista do Europeu é nosso e foi formado em nossa casa.

Apetece-me dizer que, para aparecer um Rui, têm que nascer dez Stojkovics. E mesmo assim não sei. O que sei é que me entristece a velocidade com que tantas alminhas berram que o Rui devia era estar no banco para ver se punha a cabeça no lugar. Sabes que mais, Rui? Perdoa-lhes, pois não sabem o que dizem e muito menos sabem valorizar o facto de ter alguém a vestir a nossa camisola durante tantos jogos.

E sempre que ouvires um disparate semelhante, lembra-te que somos muito mais a pensar como o Tiago. «[…] dou mais valor ao Rui por ter crescido no erro, no assobio, sobre difamação dos media, mesmo na seleção. Ele conquistou tudo por mérito próprio, não foi porque alguém lhe deu alguma coisa. Não é um sobredotado, não é, mas conseguiu tudo pelo trabalho e merece todo o destaque, é um dos melhores da Europa e deixou a marca.[…]»

ruiiiiiiiiiiii