O título é desta vez claramente exorbitante, mas dentro do que me for possível, vou tentar enquadrá-lo na narrativa. Se o não conseguir, desde já me penitencio.

Ora o passado fim de semana, os nossos bravos guerreiros, foram até Sintra, onde batalharam pelas nossas Termópilas. Ao contrário do nome (Termópilas = portas quentes), o frio e o vento marcaram presença, mas o calor do jogo e a entrega que os nossos Leões deram em campo, derretia até o General Inverno de Napoleão.

Neste escalão, costumamos jogar com duas equipas, que homenageiam duas figuras ímpares do nosso desporto e do nosso Sporting – Salazar Carreira e Manuel Assis Teixeira. Mas lesões impediram-nos de apresentar as duas equipas, e só pudemos apresentar uma. O que fizemos foi essa equipa jogar os jogos das duas equipas que devíamos ter levado.

Fizemos com que os nossos parcos 11/12 jogadores (um lesionou-se ainda no aquecimento) jogassem 3 horas seguidas de rugby. Não estou a cometer gralha nenhuma, foram três horas de entrega, de disputa da posse de bola e de terreno, de entrega e de Vontade. Um vontade férrea que os fazia responder aos Xerxes que lhes apareciam pela frente: «Se nos querem derrotar, se querem as nossas Armas, venham cá buscá-las».

Perdemos muitos jogos, ganhamos alguns, mas nada ficamos a dever, quer às outras equipas, na entrega, na Luta, nem sequer ao Espírito do Jogo, que honramos acima de tudo.
Nesta nossa Batalha das Termópilas, não chegavamos aos 300 da lenda, e os adversários também não chegavam aos 100.000… esta é a verdade.

Mas sei que de verdade naquela tarde fizemos nascer outra lenda, tal como a outra da História Grande, feita de sangue, suor, e tanto esforço… mas ganhamos muito, ganhamos o respeito dos adversários, ganhamos o respeito por nós e pelas nossas capacidades… mas acima de tudo, respeitamos o Rugby e o nosso Sporting. Saímos como entrámos; unidos e de cabeça bem erguida!

*às quintas, o Escondidinho do Leão aparece com uma bola diferente debaixo do braço, pronto a contar histórias que terminam num ensaio