Bruno de Carvalho foi à Cidade do Futebol para reunir com Fernando Gomes e Pedro Proença e no final do encontro falou aos jornalistas para explicar os motivos.

O presidente do Sporting referiu que veio apresentar a «visão histórica» do clube aos líderes das instituições e elogiar pela utilização do vídeo-árbitro na final da Taça de Portugal, embora desejando que essa tecnologia seja utilizada em todos os jogos em Portugal. O problema com o vídeo-árbitro reside nos custos e Bruno de Carvalho falou numa forma de obter receita: «Não nos podemos esquecer que o mercado das apostas está a originar muito dinheiro, estou a falar das legais como é óbvio, e isso pode ser uma forma perfeita para incorporar o vídeo-árbitro já, porque é absolutamente fundamental.»

Para além dos temas como a violência no futebol português, o horário dos jogos ou a arbitragem, o presidente propôs duas alterações nos regulamentos: «O efeito suspensivo quando há recursos e o regresso dos sumaríssimos. Quando se verifica por imagens que o árbitro teve erro grosseiros na avaliação dos lances que voltem os sumaríssimos.»

“Defendemos o regresso dos sumaríssimos e achamos que não devemos apresentar só alterações, devemos levar essas mesmas alterações à UEFA, à FIFA, ao Internacional Board. E o Sporting já fez isso com o vídeo-árbitro e isso é importante para a análise de lances muito concretos. Por exemplo, se num lance entre dois jogadores o árbitro dá cartões amarelos a dois jogadores mas depois, vê-se as imagens e um jogador dá um murro a outro. O Sporting pediu que o futebol português seja pioneiro na FIFA porque é preciso que as pessoas que fazem isto sejam severamente punidas”, afirmou o presidente ‘leonino’, à margem da reunião que teve com dirigentes da FPF.

O presidente do Sporting considera que não são as intervenções dos presidentes que elevam os níveis de ódios, mas sim o facto de se incitar à violência, seja através de tarjas ou de cânticos, sem que essas ações sejam castigadas.

“Não podemos confundir muitas vezes o que são as intervenções dos presidentes, não se pode confundir rivalidades com ódios. E os ódios não vêm de se falar, de haver troca de palavras dos presidentes. Não é isso que eleva os índices do ódio, não é isso que leva os adeptos a irem para a rua e a terem determinado tipo de atitudes. O que leva os níveis de ódios são as tarjas a gozar com pessoas que foram mortas, as tentativas de homicídios de atirar petardos e cadeiras para cima das pessoas, são os cânticos constantes e alusivos a essas mortes e o facto de não se fazer nada… ou os diretores de comunicação, que têm responsabilidades, irem falar em folclore. Isso sim eleva os índices de ódio a um extremo que sempre condenarei, e que não aceito. Há linhas que não se ultrapassam, as famílias das pessoas, a vida humana não pode ser ultrapassada. Não nos podemos perder no acessório”.

Nas declarações prestadas aos jornalistas, o presidente leonino comentou ainda o processo por difamação que lhe foi instaurado pelo presidente do Benfica. “O Bruno de Carvalho difamou o Luís Filipe Vieira? Não sei. Parece-me mais preocupante para o cidadão Bruno de Carvalho saber como se vão resolver as dívidas desse cidadão ao Novo Banco. Até porque já paguei as do BPN”.