Já tenho falado do nosso rugby, sobre os mais variados pontos de vista. De quem ama o rugby, independentemente do clube, o ponto de vista de quem nada sabe de rugby, mas ama o Sporting, do ponto de vista do pai de um atleta, e até o ponto de vista de um próprio atleta…

Começo a ficar com poucas abordagens ao rugby, muito embora não me faltem exemplos e bons do tudo o que o rugby traz de bom para o atleta, e se ao rugby juntar o Sporting, é como comer torradas com manteiga.
Dizia Saramago n’ A História do Cerco de Lisboa “… vai à cozinha, a preparar o café com leite e as torradas com manteiga. As torradas, para este homem de normas e princípios, são quase um vício e verdadeiramente uma manifestação de gula insofreável, em que entram múltiplas sensações, tanto visuais como tácteis, tanto olfactivas como gustativas, principiando pelo brilho da torradeira cromada, depois a faca cortando as fatias, o cheiro do pão tostado, a manteiga a derreter-se, e enfim o prazer complexo da boca, do palato, da língua, dos dentes, a que se cola inefável película escura, queimada e macia, e outra vez o cheiro, agora dentro de si, no céu esteja quem tão sublime coisa soube inventar.”

Estou tal e qual esse Raimundo Benvindo Silva, personagem acerca do qual é a citação acima. Para mim, Sporting e Rugby são torrada com manteiga. Assim sendo, e não querendo eu abusar da vossa paciência, vamos à história da semana.

O rugby, como jogo coletivo, vale mais pelo conjunto, e o que o conjunto joga, que pelo individual. As nossas equipas jogam um jogo muito fechado, pois sendo equipas um pouco mais pesadas, têm mais facilidade em assim controlarem o jogo e o adversário. Mas esta forma de jogar têm alguns contras, que é o facto de, em casos de perda de bola, ficam muito expostos a uma equipa que tenha jogadores mais rápidos, e que nestas idades fazem a diferença entre ganhar ou perder. Eu tenho para mim, que o Sporting tem que ganhar sempre, seja em que modalidade for, mas também tenho presente um pensamento de um dos nossos sócios honorários, Nelson Mandela: “Eu nunca perco, ou eu ganho ou aprendo”.

Vem esta história acerca de uma nossa equipa que vai fazendo o seu caminho de aprendizagem, ganhando uns jogos, perdendo outros… e que recebeu um mês atrás um reforço daqueles… Nunca jogou, quase nem sabia o que era o rugby, mas muito rápido… tão rápido que mudou a dinâmica da equipa, que venceu todos os jogos da etapa no passado fim de semana… incluindo os jogos com os dois primeiros classificados.

Está de parabéns a equipa, como um todo, pois conseguiu integrar o atleta, e tirar dele o melhor partido, o atleta que se esforça diariamente para representar o Sporting e aprender mais sobre o rugby, e os técnicos… mas acima de tudo, está o Sporting, que o recebeu, o integrou, e que está a permitir ao atleta desenvolver o seu rugby.

E faltam uns pontinhos para sermos campeões nacionais de seniores femininos… Força meninas, vamos a elas!!!

*às quintas, o Escondidinho do Leão aparece com uma bola diferente debaixo do braço, pronto a contar histórias que terminam num ensaio