Semana de sentimentos contraditórios no que toca à nossa formação, com um desaire da equipa B à mistura, mas com o principal objectivo cada vez mais perto de se concretizar: o campeonato nacional de Juniores. E é exactamente por aqui que pretendo começar, antes de nos focarmos nos resultados de mais uma semana e quais os destaques a assinalar.

O Sporting não vence um campeonato nacional na principal categoria de formação desde há muito. E o mesmo foi conseguido graças a uma geração de qualidade estratósférica que, como se previa, foi a que mais milhões de euros rendeu ao clube na sua história, a que mais se integrou na equipa principal e a que mais continua a poder dar em termos desportivos e financeiros (alguns desses jogadores ainda pertencem aos quadros técnicos). O feito conseguido com aquela geração, ainda assim, ficou aquém do esperado em termos desportivos mas muito do conseguido foi consequência da criação das equipas B numa altura em que o Sporting passava pela a maior crise da sua existência. Sem aqueles jogadores tão perto da equipa principal, teria sido sempre muito complicada a sua integração quase imediata com o passar dos meses.

Hoje, o Sporting e Alcochete têm a calma e a estabilidade que lhes permite trabalhar um modelo que não esteja assente numa espécie de salvação imediata na tabela ou uma ilusão de futuro melhor, com esperanças desmedidas depositadas em qualquer artista de 19 anos. Mas ainda não tinha surgido uma geração composta por tantos jogadores com tanto potencial.

Nesse sentido, e para que a própria equipa B possa regressar ao seu modelo original e aquele que julgo ser o predilecto do universo leonino, existe uma ânsia que tem de ser respondida no imediato: vencer o campeonato nacional sub-19. E, depois de conseguido este feito, a integração de grande parte do plantel na equipa B para serem (ao que tudo indica) trabalhados pelo mesmo técnico que os tem vindo a orientar, juntamente com outros jogadores de enorme potencial que já se encontram na mesma equipa e que até foram treinados pelo mesmo homem.

E tudo isto, sabendo nós que existem muitos jogadores naquela espécie de limbo competitivo e com uma oportunidade ao virar da esquina às ordens de Jorge Jesus (Domingos, Iuri, Francisco Geraldes, Ryan Gauld, Tobias) que podem suprimir as necessidades da equipa principal no imediato por já estarem completamente formados. O campeonato nacional de Juniores tem de ser conquistado já esta temporada. E depois disso é tempo de subir jogadores como Pedro Marques, Bruno Paz, Jefferson Encada, Abdu Conté, Jovane, Gil Santos, Demiral, Pedro Ferreira ou Elves Baldé (muitos já com minutos no futebol principal mas sem a continuidade necessária).

Esta semana, tudo ficou mais encaminhado nesse sentido. Os míudos souberam sofrer, souberam marcar e dominar um jogo complicado, contra uma equipa que já na primeira volta nos obrigou a suar. Bruno Paz (de penalty) e Conté (num grande golo) construiram a vantagem, mas um golo marcado aos 65′ pelo Rio Ave fez-nos ter de lutar muito até ao apito final. Construímos oportunidades, sem as concretizar, e com isso mantivemos o adversário no jogo. Aproveito para destacar um jogador do Rio Ave, Manuel Namora, jovem ponta-de-lança que soma já 20 golos esta temporada e que é o melhor marcador do apuramento de campeão com 6 tentos. Um jogador a ter em conta como projecto de futuro, sem dúvida.

Com a vitória do Belém frente ao Vitória, o Sporting é agora mais líder e tem 6 pontos de vantagem no primeiro lugar. A partir de agora todos os jogos são finais e estamos a 5 de concretizar o sonho dos rapazes. A próxima vítima será a Académica, às 16h00 de dia 5 de Maio.

Os Juvenis deslocaram-se até ao Porto para um jogo que se adivinhava tudo menos fácil e que seria importante para continuarmos em igualdade de pontos no primeiro lugar, colados ao Benfica. Um golo de Tiago Rodrigues aos 66′ parecia encaminhar tudo nesse sentido, mas ao cair do pano é assinalada grande penalidade a favor dos dragões, num lance extremamente duvidoso que fez exaltar os ânimos de parte a parte.

O empate é injusto em termos desportivos, pois somos a melhor equipa, e em termos mentais por ter sido da forma como foi. Cabe agora à rapaziada continuar a lutar pois o primeiro posto está só a dois pontos e ainda faltam sete partidas por disputar. Atirar a toalha ao chão não faz parte da postura do Sporting em lado nenhum, muito menos quando falamos da maior escola de formação em Portugal, com tudo o que isso tem de representar para os nossos atletas. A próxima jornada é frente à Académica, seguindo-se depois o Benfica e o Braga. Vencendo esta sequência de partidas, voltamos ao sítio onde queremos estar.

Os Iniciados regressam à competição no dia 7 de Maio, frente ao Paços de Ferreira.

*às terças, a Maria Ribeiro revela os seus apontamentos sobre as novas gerações que evoluem na melhor Academia do mundo (à excepção do Dubai)