Escrevi aqui há uns tempos atrás sobre Gerard, alguém que me surpreendeu pela sua lealdade ao Liverpol. Hoje, não podia deixar de escrever sobre Francesco, um Senhor, um ídolo para muitos milhares e possivelmente admirado por outros tantos milhões de adeptos desse desporto de paixões que é o Futebol.

Ao longo dos últimos 20 anos cruzei-me com algumas dezenas de Italianos, uns foram só conhecidos, outros foram bons companheiros, e alguns ficaram como amigos para a vida, mas em comum, todos mostraram ter uma paixão por a bola e o clube do seu coração.

Conheço Interistas, Juventinos e Napolitanos, sócios do Palermo e adeptos da Fiorentina, infelizmente nunca tive o prazer de discutir Futebol com um adepto da Roma ,para lhe poder perguntar como era, ou como foi, a relação da massa adepta com o seu jogador mais carismático.

No último Domingo, e depois da futebolada convívio habitual, encontro marcado para as cervejinhas da ordem antes do jantar. Como quase sempre, e devido a uma relação fortíssima que tenho com o espelho depois do duche, sou dos últimos a chegar, bar Italiano, anormalmente cheio, comparando com outros domingos não muito diferentes. No ecrã gigante, uma prova de Superbikes, onde as Ducati tentavam fazer frente a duas endiabradas Kawasaki.

Jolas na mesa, conversa puxa conversa, e consigo então perceber o que viria depois, a despedida de um jogador de futebol, adversário de muitos dos presentes, mas ao que parecia, ídolo de alguns, e por aquilo que vi, amado por todos. Depois de umas quantas Moretti e mais algumas Nastro Azurro, faz-se silêncio e sobe o som dos comentários no final do encontro entre Roma e Génova, era o início da volta Olímpica de despedida de um tal Francesco Totti, vinte e cinco anos no seu clube do coração, sem nunca vestir outra camisola, ao que parece, mais idolatrado em Roma, pelos Romanos, do que o próprio Papa, e enquanto passavam as imagens de miúdos e graúdos a chorar na TV , olho para aquela gente ali presente e não vi ninguém sem a lágrima a querer saltar, foi então que dei por mim a pensar:
– Zero Ídolos? É pá….talvez não, assim haja quem o mereça ser.

obs: Texto escrito ao abrigo do acordo ortográfico dos emigrantes desde criança

TEXTO ESCRITO POR Conhé
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]