Assim se apresentavam as legiões romanas, do tempo em que ainda havia Impérios a construir. Arvorado num estandarte vermelho, com uma águia-real, e o SPQR em baixo. Pode à primeira vez parecer nada ter a ver connosco (águias, estandartes vermelhos…). Deste imaginário peço desculpa atempadamente, pois vem este texto mesmo a propósito de nos sabermos, ou não, parte integrante de um Clube desportivo. E não estou a falar do Sporting F.C., ou de outra coisa qualquer.

Falo de nos apresentarmos, sempre, como adeptos de “… um grande Clube, tão grande quanto os maiores da Europa.” − José Alvalade, 8 de Maio de 1906. É que isto de ser do Sporting envaidece-nos, ficamos a babar pelos nossos putos, mas depois à mínima coisa, desatamos a correr todos a eito, com teclados e mocas a preceito, e isto não é o que nos faz Sporting Clube de Portugal.

Por falar de Romanos, ainda esta semana, ao som de uma banda sonora bem escolhida, choramos baba e ranho, ao ver num outro clube o adeus do Capitão. E sonhamos e desejamos para nós mesmos um Capitão assim, Inteiro, Vertical, à imagem que de nós projetamos.

Aqui, e feito este prelúdio, vamos então a dar a conhecer o porquê de eu ter escolhido este tema. As legiões romanas, quando avistadas num contexto, já todos sabiam ao que iam… Conquistar, submeter, ganhar, enfim, festejar… Isto por um lado, que para os outros, sendo inverso o resultado, inverso era o sentimento.

E neste caldo que eram as legiões nasceram e foram aclamados muitos líderes militares, que depois chegavam a Césares e Augustos… E por mérito, não porque alguém lhes achava piada… a exceção mais célebre a esta minha observação, foi Calígula (cujo nome significava literalmente sandálias pequenas), que acompanhava a Legião quase como mascote, e a quem todos achavam piada, ao ponto de o aclamarem Imperador. Mas regra geral, era pelo exemplo e pelo valor que da Legião saiam os líderes. E nessas mesmas Legiões tinham o apoio e o suporte necessário, tanto político, como militar… Pois a Legião era SPQR.

E de liderar pelo exemplo, temos nós, em nossa Casa, muitos Capitães, capazes de liderar dessa forma Antiga e forte.
E em todas as modalidades. A resposta dada pelo nosso Andebol, o nosso Futsal, o nosso Basquetebol, que na formação está a dar cartas em todo o lado, quando quase todos vaticinavam a morte da modalidade… E o GoalBall, o Hóquei, o Atletismo…

Em todas estas modalidades, além dos diretores, treinadores, os pais e as famílias dos nossos atletas, tenho a certeza que há Capitães de rija cepa, pois sem eles nada aparece, e tudo se complica. No rugby também, temos Capitães de barba feita, capazes de num gesto ou indicação, traçarem ou alterarem todo um rumo. E há jogos, onde se o Capitão não está, algo ali falta que nos norteie, bússola que nas suas voltas nos oriente, mapa que nos desenhe e trace o destino.

Temos que ser todos a nossa Legião. Tenha essa Legião o nome que tenha, seja LEGIO LEONIS, seja outro qualquer, mas tem que ser, acreditem, nesta nossa Legião que vamos buscar os nossos Césares e Augustos. Ora para que os Caros não comecem já todos a pensar que um exemplo do nosso quintal é que vinha a talhe de foice, cá vai disto.

Acerca de nosso Rei Fernando I, declamou o nosso Zarolho, nos imortais Lusíadas: “O fraco rei faz fraca a forte gente.
Pois bem, aqui chegados, vamos ao miolo da questão. Que não nos façamos, ou não deixemos que nos façam a nós fracos, e fazer fraco o forte Rei.

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*às quintas, o Escondidinho do Leão aparece com uma bola diferente debaixo do braço, pronto a contar histórias que terminam num ensaio