Sim, é verdade que dei prioridade às boas notícias relacionadas com as finanças, mas isso não quer dizer que tenha ficado indiferente à reunião informal entre o nosso Presidente e alguns jornalistas/representantes dos órgãos de comunicação social.

E começo, precisamente, por aí. A ideia de fazer uma reunião informal com profissionais de uma área à margem da qual não podemos viver é, na base, uma boa ideia. Fazê-lo como se estivéssemos a reunir com um grupo de Sportinguistas, é de deixar um gajo de boca aberta. Quantos mais exemplos, quantas mais ratoeiras, quantas mais “traições” vamos precisar até aprendermos que, jogando no actual tabuleiro, a primeira regra deste jogo é utilizar estratégia e partir do princípio que quem está do outro lado não olha a regras?!?

O objectivo, esse, é claro: desvia-se a atenção do mais importante (a apresentação de números muito positivos e de mais um exemplo de estabilidade financeira) e coloca-se o alvo à mercê de mais um julgamento público… não, o que está em causa não são três horas de caralhadas. O que está em causa é o passar de uma imagem, nas palavras do próprio, de uma postura de quero posso e mando. É o etiquetar os sócios de adeptos de burros ou, vá lá, de gajos pouco capacitados para interpretar o que o seu presidente quer dizer.

Com tudo isto, surge o que me parece mais grave: o cavar de trincheiras entre Sportinguistas. Vai haver quem ache que isto não interessa nada e que grave seriam escutas ligadas com corrupção, vai haver quem seja maldoso e utilize isto com propósitos definidos, vai haver quem se sinta incomodado por parte do que ouve e por ver o seu clube, na imagem do seu presidente, exposto a uma situação totalmente evitável (posição na qual me encontro). No final, restará um apontar de dedos entre muitos dos que na última semana trocaram abraços e sorrisos pelas várias conquistas.

Espero, sinceramente, que esta seja uma lição definitiva no que toca à forma como gerimos a relação com os media e que seja um episódio que leve o Presidente a meditar. E que, no meio desta embrulhada, pelo menos consigamos colocar em causa, em sede própria, a falta de profissionalismo de quem colocou cá fora a puta da conversa.