Era mais ou menos assim que imaginávamos: o Rui voltava para fazer daquelas defesas que nos fazem gritar o seu nome, o Coates e o Mathieu entendiam-se cada vez melhor, o Coentrão continuava a dar sinais de querer mostrar que pode ser o melhor defesa esquerdo nacional, o Gelson partia tudo pela direita, o Acuña metia a esquerda no bolso, o Bruno Fernandes espalhava classe, o Podence esfrangalhava qualquer organização defensiva, o Dost a metê-las lá dentro.

Sim, eu sei que o Piccini foi certinho e o Battaglia mostrou poder vir a ser uma boa opção na posição seis. Que no banco estavam William, Adrien, Jonathan, Doumbia, Francisco Geraldes ou Iuri Medeiros, entre outros. E que nas bancadas voltaram a estar mais de 40 mil pessoas. Resumindo e baralhando, este regresso a casa foi um óptimo renovar de esperanças, até porque Jorge Jesus decidiu colocar em campo aqueles que estão melhores e que o justificaram durante a pré-época.

Obviamente que ainda há muitas pontas soltas, que o meio campo chegou a ser engolido pelo do Mónaco (convém dizer que estávamos a jogar com uma das melhores equipas da última Champions), que os espaços entre os centrais e os laterais ainda se abrem, que estivemos longos períodos sem criar perigo. E não sabemos se chegará alguma proposta capaz de levar-nos um (ou mais) dos pesos pesados do plantel. Mas, para já, é impossível não sorrir ao imaginar esta máquina mais oleada, com William a jogar a seis e com mais do que uma opção para a posição onde Adrien tem sido totalista. Com Gelson a ter companhia para o acompanhar na velocidade que empresta ao último terço de terreno. Com a lateral esquerda finalmente equilibrada entre um lateral que sobre a preceito e um médio ala capaz de ler as necessidades da equipa.

Não sei se se sentem também assim, mas eu estou entre as más memórias de um passado recente e a crença de um futuro de conquistas. Este Sporting é, ainda, uma espécie de Marylin Manson: goste-se, ou não, não se lhe fica indiferente. E se até Manson tem direito a cantar sweet dreams are made of this, apetece-me dizer who am I to disagree?