Francisco J. Marques acusou esta terça-feira, no programa ‘Universo Porto da Bancada’, do Porto Canal, Domingos Soares de Oliveira de ter sugerido a prática daquilo que considera ser um “crime informático”. Em causa, segundo os emails divulgados pelo diretor de comunicação do FC Porto, está a sugestão feita pelo administrador da SAD do Benfica para que fosse feita uma invasão ao computador de Jorge Jesus, de modo a serem conhecidos pormenores para serem utilizados no processo que corre em tribunal entre as águias e o agora técnico do Sporting. Na troca de emails revelada estão incluídos ainda dois advogados, aos quais Soares de Oliveira terá proposto a referida “invasão”, já depois de, num primeiro momento, ter alegadamente abordado a possibilidade de se “influenciar ou preparar testemunhas”.

“A 16 de dezembro de 2015, Domingos Soares Oliveira enviou um email, com conhecimento de Paulo Gonçalves, com o seguinte texto:

Caríssimos doutores João Correia e José Luís Seixas, li a vossa réplica, que saboreei até ao último parágrafo. Relativamente à possibilidade de incluirmos outras testemunhas, vejo com dificuldade termos mais elementos. Creio que o Manuel Goto confirmou ter participado no almoço que juntou Jorge Jesus e Eduardo Barroso, onde foram debatidos diversos temas. Estiveram presentes também o advogado dele – o careca -, e aquele ‘lagarto’ do «Sol», o qual não me lembro o nome. Penso que foi por aí que o Bruno de Carvalho chegou ao Jorge Jesus. Será que vale a pena chamar o Goto e o Eduardo Barroso? Relativamente às testemunhas já indicadas, seria bom vossas excelências conversarem com cada uma delas. Questioná-las sobre os factos para verificar os seus respetivos conhecimentos e memórias'”

De seguida, Francisco J. Marques fez a sua análise de toda a situação e acusou Soares de Oliveira de propor a prática do tal crime de influência de testemunhas. “Está a propor aos advogados a prática de um crime. Não se pode influenciar ou preparar testemunhas! Isso é crime! Estão a preparar-se para cometer um crime. Se depois o cometeram de facto, não sei. Só eles o podem dizer. Mas que Soares de Oliveira sugere avançar, é claro!”.

De seguida, recorrendo uma vez mais a emails que tinha na sua posse, dá a conhecer nova correspondência a envolver as mesmas pessoas, agora a propósito do tal acesso ao computador de Jorge Jesus.

‘Recordo ainda que temos o famoso interveniente que imprimiu em julho os documentos do Jorge Jesus para o Bruno de Carvalho, que só devemos utilizar em última instância. Quanto ao computador do Jorge Jesus, por acaso já se lembraram de que o mesmo seja analisado pelo nosso pessoal técnico? Um abraço’

Ora, segundo o diretor portista, neste mesmo email Soares de Oliveira “está a propor que se cometa um crime informático, que passa por entrar no computador de outra pessoa para o vasculhar”. “Onde é que já ouvi isto? Isto é crime, não se pode fazer”, denunciou.

A finalizar, Francisco J. Marques adianta ainda a resposta que terá sido dada por Paulo Gonçalves, na qual o assessor jurídico do Benfica terá considerado de “risco elevado” tal procedimento.

‘Não me posso pronunciar sobre a réplica, porque não a recebei. Em relação a qualquer análise feita por terceiros ao computador do Jorge Jesus, já dei a minha opinião ao doutor João Correia. Nunca se sabe o que esse louco ali mete. Desde contactos a jogadores de outros clubes ou opiniões e contactos relacionados à arbitragem. Por isso, o risco elevado’.

Algo que para Francisco J. Marques indicia que “no Benfica se fazem contactos a jogadores de outros clubes e opiniões/contactos relacionados com a arbitragem”.