Um poeta preocupa-se com a estética, um romancista com o enredo, um rapper com as rimas e métricas, dependendo do objecto e objectivo a palavra é algo poderoso que não deve ser usado despreocupadamente se queremos tirar o máximo do seu alcance e influência.

Os grandes públicos são cada vez menos atraidos pela oratória ou coerência na mensagem. Basta acompanhar uma campanha eleitoral actualmente para entender que esta é a era do sound bite, do spin, do click bait, da imagem sucinta e demasiado blow up, as ideias minguam, a estrutura é apenas uma shortlist de tópicos que servem tanto de argumento como de tampão para que outros não tenham espaço para divulgar as suas breves e impactantes narrativas.

Mas entender as trends da comunicação não substitui a velha arte de pensar na reação que desejamos ao que comunicamos, mantendo uma coerência e simplicidade suficientes para que o receptor se familiarize com os códigos usados. Demasiada comunicação, floreado, recriação, tende a dispersar o alvo da comunicação e este é um enorme problema, pois perder estatuto como comunicador acarreta muitos mais prejuízos que apenas a perda das “medalhas” de bom estratega comunicacional.

O mundo está repleto de pessoas que não souberam transmitir as suas ideias ou que deixaram que outros as destruissem. A guerra de comunicação entre os 3 grandes clubes portugueses não é um concurso literário, muito menos uma corrida de estilos, é uma verdadeira pocilga de desinformação e estratégias desenhadas na véspera, com alcance curto e validade demasiado breve. Estes Partizans de informação nada pretender esclarecer os adeptos, mas sim abrir brechas na estratégia do adversário, desprezando muitas vezes o necessário acompanhamento dos seus aficionados.

Ter sportinguistas insatisfeitos com o que os responsáveis do seu clube dizem, onde e como o fazem não é apenas um sinal de descontentamento desportivo, mas sim um factor que os mesmos devem ter em conta. Ganhar não dá o direito de se dizer tudo o que se apetece, nem todos os fins justificam os meios, mesmo que pareça criar algum tipo de vantagem num dado momento da época.

Ganhar a “comunicação” é também ter uma intenção clara de solidificar a vida do clube e como se podem aproximar os adeptos da mesma. Os “ataques” ou as “bicadas” não podem ser o todo do que o Sporting comunica. É demasiado estreito esse caminho e a evolução do emblema não pode estar esgotada no conflito com os seus oponentes.

adeptos aves

*às quartas, o Leão de Plástico passa-se da marmita e vira do avesso a cozinha da Tasca