Não há volta a dar e, actualmente, Alan Ruiz é o jogador que mais divide a opinião dos adeptos. No geral, todos lhe reconhecem talento, uma capacidade técnica muito acima da média, uma visão de jogo traduzida em passes a rasgar que aceleram o jogo ofensivo e um remate poderosíssimo.

Mas se há quem continue a acreditar que todas estas qualidades ainda podem ser colocadas à disposição da equipa, há cada vez mais adeptos a perderem a paciência com a ausência de intensidade, com as faltas estúpidas, com o parco crescimento a nível táctico e com um jogador que parece, quase sempre, um corpo estranho na equipa, com a agravante de, neste momento, a sua utilização obrigar a recuar Bruno Fernandes.

A verdade, quanto a mim, é que Alan Ruiz já teve tempo suficiente para perceber o futebol português e as ideias de Jorge Jesus, por isso torço o nariz quando ouço dizer que ele precisa de… mais tempo (quem dera a muitos ter as oportunidades e a tolerância que Alan Ruiz tem tido, ainda por cima tendo custado os milhões de euros que custou). Tudo o que eu queria era que as mil e uma qualidades do homem que pediu a dez fossem colocadas ao serviço da equipa e que nos ajudassem às tão desejadas conquistas, mas, sinceramente, cada vez mais olho para Alan Ruiz como uma reaparição de um craque brasileiro chamado Carlos Miguel, que chegou para ser o patrão do Sporting e não conseguiu adaptar-se ao futebol europeu. No regresso ao Brasil, Carlos Miguel brilhou imediatamente com a camisola do São Paulo, sendo mesmo considerado o melhor médio a actuar do lado de lá do Atlântico. Não duvido nem um pouco que, se regressasse à Argentina, Alan voltasse a ser estrela maior do campeonato daquele país, agora cá… parece-me cada vez mais complicado.