Em semana de nova ronda de jogos nesta nova fase de competição, Juvenis e Iniciados cumpriram e somaram os três pontos de forma categórica. Tivemos ainda tempo para os destaques do costume e o regresso do médio que o Sporting deixou escapar, recuperou, deixou escapar outra vez e recuperou novamente.

Em Alcochete e frente ao Belenenses, equipa que a formação principal também recebeu esta jornada, os Juvenis entraram determinados em esquecer o desaire da passada semana e venceram de forma absoluta o derby da capital. Éverton Santos, Jorge Ferreira e Bruno Tavares foram os únicos marcadores da partida, com claro destaque para o jovem extremo.

Bruno Tavares já era protagonista nos Iniciados e é sem dúvida um dos que capta mais atenção nos sub-17. Tem técnica, golo, velocidade, todas as características que o poderão projectar para um nível muito alto daqui a uns anos. É um dos que segue a longa linha de extremos formados em Alvalade e com tempo e trabalho tem tudo para seguir os passos dos seus antecessores. Para já, espalha magia entre os mais juvenis, apesar de ter apenas 15 anos.
As boas notícias continuam, uma vez que o Benfica perdeu frente ao Real SC. O primeiro lugar é agora ocupado pelo Sacavenense (que grande temporada!) que venceu as suas duas partidas. Ainda assim, o grande rival continua a ser o vizinho da segunda circular, que acaba por anular esta semana a vitória que teve sobre o Sporting.

Já os Iniciados foram até Évora vencer o Lusitano por 3-1 e ocupam agora o primeiro posto da Série Sul, ainda que em igualdade pontual com o Benfica. Lucas Dias bisou, ele que tem vindo a assumir cada vez mais o papel de goleador nos últimos jogos, e Miguel Menino marcou o outro golo. A próxima partida será frente ao Belenenses, que ocupa o terceiro lugar da tabela, num jogo de alta importância e um dos mais complicados da série.

Por fim, e apesar de poucas vezes me referir à equipa B, existem destaques da formação na mesma e os rapazes deram esta semana uma excelente resposta à sucessão de desaires.

Rafael Leão e Rafael Barbosa (sinto que dizemos estes nomes todas as semanas) foram os nomes maiores da vitória frente ao FC Porto B. E apesar de ver uma clara vontade de apostar em Leão, da parte de JJ, Barbosa continua um pouco à margem da equipa principal. Jesus assumiu que queria outro médio na passada conferência de imprensa, mas avisou que esse homem será Bryan Ruiz e que fará “o que Adrien fazia”. Ainda que seja completamente a favor de aproveitar todos os recursos, não me canso de dizer que Barbosa é o jogador da formação com mais características de box to box e com a intensidade que a posição exige ao nível a que joga o Sporting. Para além de poder ser alternativa até a Bruno Fernandes. Penso que o jogador reclama uma oportunidade na equipa principal, mesmo que em jogos de menor relevância, como para as duas Taças e não apostar nele neste momento pode significar que perdemos a janela perfeita para o fazer.

Para além de tudo isto, assistimos ao regresso de Wallyson, um dos casos mais caricatos dos últimos anos em Alcochete. Wallyson é uma espécie de amor perdido dos responsáveis leoninos, que ano após ano o tiraram das contas, mas que gostavam demasiado dele para o ver partir para sempre. E assim passaram Jardim, Marco Silva e depois a sua séria lesão e a oportunidade que perdeu com JJ, que assumiu que o queria na equipa principal. Entre azar e falta de oportunidades, com empréstimos surreais pelo meio, Wallyson foi-se perdendo e o Sporting desistiu de Wallyson.

Apesar de nunca ter sido um jogador que admirasse em demasia, recordo o ano em que participou na Taça da Liga ao serviço de Marco Silva e o fez com imensa qualidade. Poderia nunca ter chegado a titular, mas certamente teria sido uma grande ajuda em anos que nos vimos privados de alternativas sérias no banco. Não sei qual é o plano para Wallyson a partir deste momento, mas o mesmo deverá passar por uma recuperação cuidada em Alcochete, tentar que supere as malditas lesões e ver a partir daí qual o proveito desportivo ou financeiro que nos poderá trazer. Foi mais um regresso ao clube onde terminou a sua formação para um jogador que, seja com que cores for, merece ser feliz e ter a carreira que muitos adivinhavam para ele.

*às terças, a Maria Ribeiro revela os seus apontamentos sobre as novas gerações que evoluem na melhor Academia do mundo (à excepção do Dubai)