Grande jogo do Sporting, atropelando uma das equipas sensação do campeonato que nem uma defesa conseguiu proporcionar a Rui Patrício. Para a noite ser perfeita só faltou, mesmo, transformar as duas mãos cheias de oportunidades num resultado condizente com o futebol praticado

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Dois minutos de jogo e levantas-te pela primeira vez para celebrar um golo: grande lançamento em profundidade de Bruno Fernandes a isolar Podence que, descaído sobre a esquerda, tem tudo para marcar na cara do redes. A recepção com o peito foi óptima, o toque orientou bem a bola, o problema é que o remate com a canhota sai fraco.

Estava dado o mote para uma grande primeira parte do Sporting, frente a uma das equipas sensação deste campeonato. Paulinho e Nakajima, os dois “craques” dos algarvios, haveriam de dar um ar de sua graça, aos 7′ e aos 35′, provocando arrepios em Alvalade (mas sem obrigar Rui Patrício, agora o quarto jogador com mais jogos ao serviço do Sporting no campeonato, a uma defesa), mas tudo o resto foi verde e branco, com a festa a começar aos nove minutos.

Invertem-se os papéis, agora com Podence a ter abertura de génio para a entrada de Bruno Fernandes. O camisola 8 não perdoa e inaugura o marcador. Depois, Dost seria apanhado duas vezes em fora de jogo, Coates estaria próximo de marcar numa cabeçada, Hackman atingiria Podence com a mão na cara e ficaria a pergunta “se é falta e se Podence tem os pés dentro da área, é ou não penalti?” e para fechar esta primeira meia hora de alto nível, mais dois lances: Dost assistiria Gelson, mas o extremo haveria de escorregar e perder a oportunidade de fazer o segundo; Bruno Fernandes veria o redes desviar um remate e Gelson não conseguiria fazer a emenda.

Pausa de dez minutos para respirar, até que Piccini resolve tentar um dos golos da época, com a bola, rematada de fora da área, a sair perto do poste. Logo depois, mais um enorme passe de Podence, agora a desmarcar Bas Dost; o holandês arranca para a baliza, convida o redes a sair e desvia a bola perfeitinha, mas aparece um central a cortar em cima da linha!

A segunda parte recomeçou ao ritmo da dupla em destaque, Podence e Gelson, e o jogo praticamente ficou sentenciado quando Hackman manda um pisão a Bruno Fernandes e vê o segundo amarelo. Só faltava saber quando viria o segundo golo, primeiro anulado a Gelson por fora de jogo (que bela cueca seria); depois confirmado pelo inevitável Bas Dost: fantástica abertura do 28 para Gelson, o extremo devolve ao coração da área onde o thunder atirar a contar.

Ainda veio uma jogada de laboratório, num livre que vai de Bruno César para Coentrão que abre na direita para Gelson que atira cruzado com a bola a passar toda a frente de baliza sem que ninguém conseguisse fazer a emenda. O próprio Gelson ficaria a dever mais um golo a si mesmo e no meio de tantos momentos artísticos, William Carvalho faria um brutal cabrito ao adversário em pleno círculo central.

E, assim, o Sporting somou mais três pontos e garantiu um Natal na liderança do campeonato. Se sozinho, se em igualdade com o fcPorto, logo se vê, mas com a certeza de que este grupo mostra a cada jogo querer conquistar aquilo que os adeptos tanto desejam.