“A segunda volta vai proporcionar-nos 7 jogos em casa. Quantos serão em directo na nossa TV?…”
Foi esta a interrogação que coloquei numa das últimas crónicas sobre o nosso futebol feminino. A resposta foi-me(nos) dada no final da passada semana, com a incompreensível opção na nossa televisão, preterindo a cobertura do jogo das nossas Leoas em favor da transmissão (em paralelo com a TVI24), do nosso jogo de futsal com o Braga. Já aqui dei conta da minha insatisfação junto da nossa estação, esperando que este descontentamento, que sei extensível a muitos Sportinguistas seja tomado em linha de conta por quem de direito.

Ontem acompanhei a transmissão do jogo do Estoril com o Braga, até à equipa minhota fazer o 2-0. A primeira parte, com muito vento e favorável ao Braga, terminou a zero mas, pelo que me foi dado observar numa cobertura com muitas interrupções, as “arsenalistas” dominaram e só a muito boa exibição da guarda redes estorilista impediu o avanço no marcador do nosso principal rival. Marcando logo no reinício, o Braga arrancou para um folgado triunfo por 4-0, com dois golos da Laura Luís, um da Andreia Norton e outro da Adriana Gomes (este a confirmar).

Entretanto as nossas Leoas, à hora a que escrevo estas linhas e já terminado o encontro de futsal com o Braga, há cerca de meia hora, teriam ainda o jogo “a decorrer” em função da informação em rodapé fornecida pela nossa TV! Não é somente incompreensível esta atitude, é simplesmente lamentável! Enfim, vou procurar esquecer por uns momentos a minha indignação e adiantar aquilo que todos já sabiam através de informações que alguns tasqueiros foram dando no decorrer do “Bloco”. Com golos de Ana Capeta (2) e da Carole, o terceiro, vencíamos ao intervalo por uma vantagem tranquilizadora, avanço esse que, algo estranhamente, para o que esperava, se manteve até final.

Não posso todavia tirar conclusões e faço aqui uma longa pausa. Preparando-me para ver o jogo com o Portimonense e para, julgo eu, após os comentários da Sporting TV sobre o mesmo, ver o jogo com o Albergaria em diferido. É que o “Estamos em casa” continua a não nos esclarecer o que vamos ver… Largas horas volvidas e depois de ver o jogo em diferido, volto para uma breve apreciação ao encontro que, e para agrado meu, teve na locução alguém que me pareceu equilibrado, nada histriónico… Creio que foi a Sofia Oliveira que esteve nos comentários, sempre assertiva, conhecedora do fenómeno, formando os dois uma dupla promissora. Espero que continuem…

Os golos, todos bonitos, foram obtidos do modo que se segue: Logo aos 3 minutos, a Ana Capeta inaugurou o marcador após receber um excelente passe a rasgar da Diana Silva, pelo centro da defesa adversária, beneficiando de alguma indecisão de duas jogadores do Albergaria. Aos 14, a Ana Capeta tocou ligeiramente para o seu lado esquerdo servindo a Diana que de pronto tocou para a Joana Marchão. Cruzamento perfeito da nossa lateral para a Ana Capeta aparecer de rompante a empurrar para as redes, antecipando-se à Sara Oliveira, guarda redes adversária, fazendo assim o seu oitavo golo na prova. Finalmente, mesmo a terminar a primeira parte e na execução perfeita de um livre, ligeiramente descaído para o lado esquerdo do nosso ataque, a uns bons 25 metros da baliza, a Carole Costa fechou a contagem.

Exibição algo cinzenta da nossa equipa na segunda parte, em que apenas criou 2 oportunidades claras de golo. Primeiro, num tentativa mal sucedida de chapéu da Diana Silva, iam decorridos 68 minutos e aos 81 minutos pela Neuza Besugo, num remate que saiu um pouco ao lado da baliza adversária. Houve algumas jogadas confusas dentro da área da equipa do Albergaria, mas sem perigo iminente. Durante os 90 minutos apenas uma defesa digna de realce por parte da Patrícia Morais quando, aos 21 minutos saiu quase até à nossa intermediária para afastar a pontapé uma tentativa de contra ataque da equipa que veio da zona centro
do país. No decurso da segunda parte limitou-se a recolher dois centros sem qualquer perigo e a recolher bolas com os pés, já bem fora da nossa área.

Individualmente, e concordando com a nossa comentadora, a Catlyn terá sido a nossa jogadora mais regular, contrastando com as suas companheiras de sector, Tatiana e Fátima Pinto, muito pouco esclarecidas no passe, confirmando um abaixamento de forma já visível, em meu entender, no jogo com o Estoril em que vencemos por 2-0, com uma fraca segunda parte. Talvez a razão maior para o pouco brilho da exibição das nossas Leoas.
Muito bem a Carole Costa, bem secundada pela sua companheira de sector, a Matilde Figueiras. Muito bem a Ana Borges no primeiro período, descendo de rendimento no segundo. A Diana Silva parece confirmar baixa de forma, enquanto a Ana Capeta, com dois bons golos, mostrou a codícia habitual, mas com períodos de menor acerto. Das laterais, gostei bem mais da
Joana Marchão. A Matilde Fidalgo revelou a entrega e rapidez habituais, mas alguma precipitação.
Por último, referir que a Ana Capeta deu o seu lugar à Ana Leite já passava um pouco da hora de jogo e aos 74 minutos duas substituições de uma assentada. A Neuza Besugo, já aqui referida, entrou para o lugar da Diana Silva (oportunidade perdida para se guindar de novo ao primeiro lugar das marcadoras, já que a Vanessa Marques ficou igualmente em branco) e a Patrícia Gouveia rendeu a Fátima Pinto, envergando a braçadeira de capitã.

leoas academia

Embora não tivesse visto todo o jogo do Estoril, fiquei com a sensação, (que desejo errada) que o Braga atravessa um melhor período que o Sporting. Esta exibição de hoje não me deixou entusiasmado e se considerarmos os resultados nas primeiras partes dos jogos com Futebol Benfica e A-Dos-Francos, serei levado a pensar que os jogos da selecção e as festas natalícias não fizeram bem às nossas meninas…
No próximo fim de semana, dia 13, realiza-se a 13ª. jornada (pouco recomendável para gente supersticiosa…) e teremos pela frente o Vilaverdense que este domingo, confirmando a fase menos boa, veio perder ao Francisco Lázaro por 0-1.
Mas atenção, não será nada fácil… Outro resultado surpreendente foi a vitória por 5-2 do U. Ferreirense sobre o Boavista, que se tem mostrado bem superior na condição de visitante. O primodivisionário Cadima levou a melhor (2-1) sobre o outro neófito, o Quintajense, repetindo a vitória (fora) da primeira volta. O Valadares Gaia recebe o A-Dos-Francos no próximo dia 21, acertando o calendário.

Entretanto as nossas Infantis perderam por 7-3 frente ao Palmense, dando mais um passo na sua dura mas provavelmente frutífera caminhada. Parece-me que, para além da acção pedagógica do corpo técnico do Clube, os pais destas jovens terão por certo uma espinhosa mas necessária missão no seu percurso, afim de diminuir eventuais oscilações do seu estado anímico.
As nossas juniores só jogarão (a 10ª. jornada) no próximo dia 13.

No futsal feminino vitória no campo do Quinta dos Lombos por 5-1, equipa 4ª. classificada e mais que provável participante na fase final do nacional, mantendo a nossa equipa a segunda posição.

E para terminar, que o cansaço já se manifesta, uma curiosidade: Quim, que foi guarda redes dos lampiões do norte e sul, actualmente no Desportivo das Aves, não é, ao contrário do que eu e muitos suponham, o mais velho jogador a actuar no nosso país. Rosa Cruz, jogadora da Casa do Povo de Martim, que milita no Campeonato Nacional de Promoção Feminino (terceiro lugar na Série A) é guarda-redes e tem 55 (!) anos, devendo terminar a sua carreira no final desta temporada. Será até a praticante mais velha do mundo a actuar, ultrapassando o japonês Kazuyoshi Miura, do Yokohama FC, da segunda liga do futebol japonês, que somou o segundo jogo como profissional depois dos 50 anos de idade.

Estou com sono, já passe da uma, acho que vou dormir melhor pensando na categórica vitória da nossa principal equipa. Ontem foi a vitória no Voleibol que serviu de Xanax… Tenham uma boa semana!

* às segundas, o jmfs1947 assume a cozinha e oferece-nos um mais do que justo petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino