«[…] 100 por cento das quotas vão para as modalidades. Por isso, quantos mais sócios tivermos, mais poderemos reforçar as modalidades»

As palavras são de Bruno de Carvalho e foram proferidas há cerca de dois anos, numa altura em que o Sporting era distinguido como tendo “os melhores adeptos da Europa” e entrava, pela primeira vez, no top-10 dos clubes com mais sócios do mundo.

De lá para cá, o crescimento do número de associados aumentou e, não menos importante, as modalidades voltaram a ter casa própria com a construção do Pavilhão João Rocha, o mesmo que, no passado fim-de-semana, encheu duas vezes para as partidas de hóquei em patins e de futsal.

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No sábado, ambiente a fazer lembrar velhos e bons tempos da Nave, com as claques em peso e os adeptos, mesmo os que por vezes não conseguem ver o raio da bola, a deixarem a voz esgotar-se no apoio à equipa. Foi um grande jogo de hóquei, com o Sporting a deixar escapar uma vitória que esteve sempre mais próxima e que lhe daria outro conforto na visita à caixa da fruta, mas, ainda assim, o 3-3 é um resultado que mantém os Leões na liderança do campeonato e, mais do que isso, este foi um jogo que confirmou o hóquei como um incrível exemplo de recuperação de uma modalidade deixada ao abandono e à carolice (eu gosto mais de chamar-lhe esforço, dedicação, devoção e honra).

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No domingo, a vez do futsal, a modalidade que mais pessoas tem levado ao novo Pavilhão, muito por mérito de quem transformou esta secção num exemplo de tudo o resto acrescentando-lhe a constante glória. Podia ter sido goleada, ficou no 3-2, frente ao Braga, mas para lá do belo futsal que se vê jogar, prende-nos a forma como estes homens festejam os golos e sorriem uns para os outros como uma equipa de rua que acabou de derrotar os da praceta vizinha.

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Fora de portas, talvez o momento mais alto do fim-de-semana, com o voleibol a ser protagonista de uma remontada épica no pavilhão ao lado da porta 18. Em casa dos actuais campeões nacionais, o Sporting esteve a perder por 2-0 em sets, com desvantagens de cinco pontos no terceiro e a ver o adversário beneficiar de um match point. Resultado? Na negra, Ángel Dennis foi lá acima e fez o 16-14 final, festajando na tromba de quem se tinha rido de um falhanço anterior com a força com que todos nós festejámos aquele momento impróprio para cardíacos.

Muito mais haveria para dizer a respeito deste fim de semana e das nossas modalidades, mas o essencial é voltar a sublinhar que é por elas, é por tardes como estas, que faz todo o sentido seres sócios e tentares que os teus familiares e amigos também o sejam. Juntos, continuaremos a ver renascer aquele que é o Clube de Portugal e o clube mais eclético e medalhado a nível nacional. Juntos, temos oportunidade de dizer que, ao contrário do que defendia Soares Franco, as modalidades não são um “empecilho que impede o futebol de evoluir”, mas sim o coração de um clube que jamais deverá resumir-se ao desporto rei e transformar-se num entreposto de negociação de futebolistas e aritméticas financeiras!