Quem?!?, decerto perguntaste tu ao ler o título deste post.

Ora, o Zé do Benfica, alcunha para um tal de José Manuel Rodrigues Carriço, é um ex- director do Benfica e ex-motorista de Luis Filipe Vieira, que está preso porque foi apanhado com 10kg de cocaína. E, agora, apanharam documentos que mostram que o bom do José, funcionário exemplar, recebia dinheiro com fartura, incluindo uma batelada de prémios que, aposto, fazem dele o motorista mais bem pago de sempre!

prémioscarriço
carriço2
carriço3
carriço4

Quem quiser saber um pouco mais, pode recuar a 2016 através desta notícia do JN

José Carriço foi durante anos o motorista particular de Luís Filipe Vieira, o presidente do Benfica
Ponta de lança”, “jogadores”, “boa técnica” e/ou “boa leitura de jogo”, eram alguns dos códigos que José Manuel Rodrigues Carriço, também conhecido como “Zé do Benfica”, que a chegou diretor do clube e foi demitido depois de preso, utilizava nos contactos com a rede de narcotráfico de cocaína que a brigada antidroga da Polícia Judiciária (PJ) desmantelou no ano passado.

Os termos tinham um significado. “Ponta de lança” referia-se à origem da droga, os “jogadores” eram os “correios”, enquanto “boa técnica” e/ou “boa leitura de jogo”, tinham a ver com o sucesso da operação. As referências aos intermediários eram “treinar” e “o central”.

“Zé do Benfica”, 54 anos, e o “sócio”, José Manuel Aguilar Santos Seco, também conhecido por “homem lá de cima”, por ser do Norte do país, de 58 anos, são, juntamente com dois outros, os principais arguidos agora acusados pelo DIAP de Sintra pelo crime de tráfico de estupefacientes agravado.

Depois de pelo menos seis tentativas para introduzir cocaína em Portugal, a partir do aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, e com origem no Brasil e Venezuela, que foram abortadas por falhas dos fornecedores ou pelas polícias, Carriço acabou por ser apanhado em flagrante naquela que poderia ter sido a única “operação” com sucesso da rede.

O diretor do Benfica foi a Valença a 19 de julho do ano passado buscar 9,650 kg de cocaína para distribuir na Grande Lisboa. Dois dias depois, no regresso a Lisboa, ao volante do Audi A4 pertença do clube e entretanto devolvido, a 8 de janeiro último, foi desviado por uma patrulha de trânsito da GNR para a área de serviço de Santarém.

Eram 23.55 horas quando Carriço imobilizou o carro e tinha à sua espera dois dos seis inspetores da PJ que investigavam a rede desde novembro de 2014, na sequência de uma certidão extraída de uma outra rede de narcotráfico, por via marítima e entretanto desmantelada. Na busca ao carro, dentro de uma mala, foi encontrada a droga, distribuída por nove embalagens, além de três telemóveis, todos sob escuta da Judiciária.
Buscas no Estádio da Luz

Na casa de Carriço, em Loures, os inspetores confiscaram quatro telemóveis e um tablet. Na busca ao gabinete que tinha, enquanto diretor do Departamento de Apoio ao Jogador, no Estádio da Luz, com entrada pela simbólica porta 18, a PJ apreendeu o disco do computador.

A investigação da PJ durou oito meses e centrou-se no “Zé do Benfica”, cujo plano, segundo a acusação, assentava no transporte de droga e a sua entrada em Portugal, através do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, onde a rede possuía contactos com acesso às bagagens e com capacidade para as retirar sem controlo alfandegário.

A rede sofreu mais desaires do que sucessos, pois a droga, em malas de viagem, nunca chegara ao destino. Em novembro de 2014, por exemplo, a PJ confiscou no aeroporto de Lisboa uma mala enviada de S. Paulo com 16 embalagens de cocaína. Tinha sido enviada para ali por engano pelo fornecedor, devia ter seguido para o Porto. Outra remessa, em março do ano passado, ficou no aeroporto de Guarulhos, S. Paulo, pois a “correio” portuguesa enviada foi detida com 8,9 kg de cocaína. No mês seguinte, nova mala, com 27 kg de cocaína, foi apreendida em Guarulhos. Devia chegar ao Porto no dia seguinte. Desta vez, não houve detidos no Brasil.