O Sporting podia ter arrumado a eliminatória frente ao Viktoria Plzeň, mas a vantagem de dois golos dá segurança na viagem à República Checa. Montero bisou e respondeu na perfeição ao facto de ser o único avançado disponível, Bruno Fernandes e William abriram o livro, Mathieu e Coentrão foram a alma de uma equipa à procura de ser feliz (como Bryan Ruiz)

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«O Sporting podia ter marcado mais dois ou três golos…». As palavras são de Pavel Vrba, treinador do Plzen, que com ar de poucos amigos acrescentava que a vitória leonina era inquestionável. E foi. Ou, se preferirem, tudo o que o desanimado checo afirmou bateu certo com o que e viu em campo, mesmo que o Sporting tenha sido muito mais entusiasmante no segundo tempo do que no primeiro.

Gelson ameaçou marcar pela primeira vez aos 8 minutos. Acuña cruza rasteiro, da esquerda, e o extremo antecipa-se ao desgraçado do Limbersky (que pena ter visto amarelo e não jogar) que, ainda assim, conseguiu fazer figura de corpo presente e importunar a emenda já na pequena área. Mais flagrante, ainda, quando, aproveitando um livre marcado rapidamente, Bryan Ruiz surge solto e remata cruzado para uma defesa com o pé do guarda-redes. E pouco depois, aos vinte e dois, Acuña ensaia um golaço de fora da área, mas a bola, em arco, beija a barra da baliza.

Mesmo sem acelerar e frente a uma equipa que não hesitava em dar porrada (14 faltas em 90 minutos, pelo menos metade para amarelo), ia justificando a vantagem e não dando espaço a que o adversário criasse perigo. E numa dessa vezes que chega à área checa, Montero é varrido por Hubnik, capitão de equipa e da rudeza, com os 1324 árbitros que a UEFA coloca em campo a não verem algo que seria limpinho com o VAR (ou não…, dirá qualquer Leão). Mas Montero havia de vingar-se, já nos descontos da primeira parte e de Bruno Fernandes ter tido nos pés duas bolas que podiam dar golo: jogada de futebol de praia em pleno relvado de Alvalade: Coentrão corta a bola cá atrás, vai por ali fora, mete em Bryan, este pica por cima da defesa, Coentrão saca um movimento de moinho, Montero recebe no peito e enxovalha o guarda-redes. Fantástico!

E se era fantástico marcar antes de um chá quente no balneário, ainda mais fantástico foi voltar a marcar logo no arranque do segundo tempo. Acuña ganha a uma bola, mete em Bruno Fernandes e este desmarca Fredy Montero, que não pensa duas vezes antes de puxar para a canhota e voltar a facturar!

O Sporting arrancava para um período de total domínio, com o adversário completamente desorientado e à beira de um KO (ou técnico ou total, logo se veria). Destaque para aquela fantástica jogada de contra-ataque, com William a ganhar a bola ainda na área leonina, a arrancar em modo Tartaruga Ninja por entre todos os checos que lhe apareciam pelo caminho, a meter em Montero que a meteu em Bruno Fernandes e este a “matar” o defesa (bola por um lado, o craque pelo outro), metendo a quinta velocidade e só parando para a bomba que valeu uma bela defesa a Hruska.

Isto foi aos 67, o ritmo abrandaria, o Plzen apareceria e teria dois cruzamentos perigosos para a área que recordaram a todos que não há margem para relaxamentos a este nível, e seria já no final da partida que surge nova monstruosa oportunidade, novamente em contra-ataque, novamente numa bola recuperada cá bem atrás, desta vez com Rúben Ribeiro, fresquinho, a arrancar por ali fora e a ver o tgv Mathieu a galgar metros e metros de relva, qual jogador de futebol americano; a bola é bem metida, mas o francês falharia o carimbo da eliminatória na cara do guarda-redes.