Convidada esta terça-feira por um deputado do PSD a comentar as recentes declarações de Luís Filipe Vieira que prometiam “agir criminalmente” contra jornalistas que coloquem “em causa o nome do Benfica”, a presidente do Sindicato dos Jornalistas, Sofia Branco, fez uma distinção relativamente à gravidade das mesmas, quando comparadas com as declarações de Bruno de Carvalho em relação a esta classe profissional.

Em audiência na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, que teve lugar na Assembleia da República, em Lisboa, a propósito das recentes declarações de Bruno de Carvalho contra os jornalistas, a líder sindical estabeleceu uma distinção clara entre o conteúdo das frases de Luís Filipe Vieira e as do presidente leonino.

“As declarações [de Bruno de Carvalho] tiveram logo consequências”, começou por responder Sofia Branco, aludindo às tentativas de agressão a jornalistas que se seguiram, no exterior do Pavilhão João Rocha. “O conteúdo foi também diferente. [Luís Filipe Vieira] Disse que vai recorrer à justiça e tem toda a liberdade para o fazer. Não disse para se deixar de comprar jornais”, explicou ainda a sindicalista, acrescentando que o sindicato apenas se irá pronunciar em situações extremas e não a cada intervenção dos clubes.

Após o Benfica-Aves de sábado passado, Luís Filipe Vieira declarou: “A partir deste momento, quem quer que seja que ponha em causa o nome do Benfica, iremos agir criminalmente, seja contra quem for. Seja contra administradores, seja contra jornalistas, seja contra a marca de quem quer que seja, não iremos perdoar a ninguém. Acabou a paródia que tem sido instalada neste país à conta do Benfica. Venderam-se muitos jornais, tiveram muitas audiências, mas a partir de segunda-feira o Benfica tem um gabinete de crise montado para responder a todos estes ataques, venham de onde vierem.”