Os adeptos vão dizer presente, como sempre, a qualidade da equipa não está em questão, o treinador está habituado a palcos mais mediáticos e a Liga Europa acaba de ganhar toda uma nova relevância para salvar a temporada.

Hoje o Sporting joga muito daquilo que pode esperar até Maio, hoje o Sporting ajusta as expectativas de uma massa associativa desejante de novas conquistas e hoje o Sporting tem a preciosa oportunidade de dar uma nova imagem a todos aqueles que (justamente) se viram mais uma vez defraudados pela qualidade apresentada nos últimos tempos.

Vencer os favoritos à conquista de um troféu europeu, sabendo todos que existem muitos pontos para assegurar no campeonato e uma meia-final a disputar contra um dos maiores rivais, parece uma tarefa demasiado complexa. E se o terceiro lugar na tabela (mais próximo do quarto que da liderança) nos faz duvidar da capacidade de toda a equipa, aquilo que ela nos demonstrou contra os maiores símbolos da Europa dá algum alento e esperança de que vamos, até ao apito final, disputar a passagem às meias-finais.

Chegará uma altura em que os calafrios de Turim e Madrid sejam vistos como momentos de aprendizagem, que nos catapultaram para conquistas maiores. Chegará um momento em que vamos ultrapassar a maldita sina do “quase” e que conquistemos mais que um ponto contra os maiores símbolos. Chegará o momento em que vamos ver a vitória como um processo natural de uma estrutura, não um milagre de alinhamento dos astros e do querer contra a arrogância. Se pudermos ultrapassar muitos destes degraus já esta noite, seria o passo ideal para garantir que este plantel recheado de qualidade não é colocado em lugares secundários da nossa história recente.

Contratar jogadores como Bruno Fernandes, Doumbia, Piccini, Mathieu, Coentrão ou Bas Dost é chamar às nossas fileiras jogadores com experiência em Ligas superiores à portuguesa. É completar um conjunto de bons jogadores com vozes de comando, com capacidade superior de gerir momentos do jogo, com calma, tranquilidade e qualidade. Hoje, mais que nunca, é essa experiência monumental, agregada com a irreverência de alguns dos seus companheiros, que mais tem de saltar à vista. Pelo que custaram, pelo que representam e pelo que conhecem do jogo, hoje é dia destes jogadores serem mais que um elemento em campo e agregarem todo o conjunto rumo à conquista.

Sem experiência não se aumentam os índices competitivos, mas sem os grandes momentos e as grandes vitórias não se ganha experiência. E por isso é importante que o conhecimento de conquistas e dos grandes palcos seja esteja presente em cada corte de Mathieu, em cada subida de Fábio Coentrão, em casa saída de Rui Patrício ou cada ataque à bola de Bas Dost. Dependemos do seu compromisso para elevar a fasquia e ultrapassar o gigante chamado Atlético de Madrid.

Por tudo aquilo que tem acontecido nesta segunda volta, pela perda do título, pela delicada situação em que se encontra a equipa e treinador, hoje por favor soltem-se, sejam mais alegres, superem-se e saiam de Espanha com a cabeça bem erguida. Não pedimos o impossível, apenas pedimos mais, muito mais, do que aquilo que nos têm dado. Sabemos desde há muito que são capazes disso.

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*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa