Grande dérbi no Restelo, com todos os ingredientes que tornam o futebol num jogo de emoções e com o Sporting a conquistar três pontos que fazem com que dependa apenas de si para alcançar o lugar que dá acesso à Champions

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Numa medida surpreendente e que se aplaude, o jogo começou atrasado para permitir que os muitos adeptos que estavam no exterior do estádio pudessem entrar e ver o jogo desde o apito inicial. Não se sabe se do compasso de espera, mas o Sporting, mesmo avisado do que tinha acontecido aos rivais na deslocação ao Restelo, entrou mal na partida e aos sete minutos já perdia, naquele que é o primeiro lance onde interveio o VAR, para assinalar uma grande penalidade a castigar toque de Patrício no avançado. Penalti forçado, até porque a mão do Rui vai à cara do adversário depois deste cabecear para a baliza, mas a verdade é que foi marcado e, enquanto os Sportinguistas recordavam aquele lance em Braga que não foi marcado (Dost abalroado pelo guarda-redes) a equipa via-se na contingência de ter que correr atrás do resultado.

A resposta não podia ter sido melhor: em quatro minutos o Sporting viraria o marcador, sempre com Bruno Fernandes metido ao barulho. Primeiro, num passe fantástico a desmarcar Bas Dost, com não menos fantástica recepção do holandês, na passada, antes do remate vitorioso; depois, arrancando por ali fora e metendo em Gelson para o extremo rematar cruzado para o fundo das redes.

Estava feita a cambalhota no marcador e até ao final da primeira parte o Sporting controlaria sempre a partida, procurando lançamentos rápidos que aproveitassem a subida dos pastéis, mas seria de bola parada que voltaria a “cheirar” a golo: Battaglia, de cabeça, na sequência de um canto, esteve perto de festejar, antes do seu compatriota, Acuña, fazer o terceiro a quatro minutos do intervalo, aproveitando um mau alívio da defesa a um cruzamento de Ristovsky. Bruno Paixão voltou a consultar o VAR, muito provavelmente à procura de um possível fora de jogo, mas escapou-lhe um ajeitar da bola à Pizzi logo no arranque da jogada e que teria valido a anulação do lance e do golo.

No recomeço, Wendel surgiu no lugar de Coentrão, Acuña desceu para a esquerda da defesa e Bryan Ruiz ocupou essa mesma faixa no meio-campo. E o Sporting entrou a dominar, tendo duas oportunidades, por Bruno Fernandes e por Gelson, para matar o jogo. Não matou e no espaço de cinco minutos viu-se empatado! O 2-3 nasce de uma boa jogada belenense pela esquerda, mas muito facilitada por toda a equipa leonina; o 3-3 nasce de um penalti inquestionável de Acuña sobre Licá que Patrício esteve perto de defender.

Faltavam 20 minutos para o final da partida e, já com a equipa a dar sinais de cansaço resultante do jogo de quinta frente ao Atlético de Madrid, era exigido aos Leões irem buscar forças onde tivessem que ir. Foram lá acima, ganharam um canto, André Moreira fez uma defesa impossível a um remate de André Pinto, mas, no meio da molhada, Yebda atinge com o cotovelo a cara de Bas Dost. Penalti claro e segundo amarelo (é falta e cartão em qualquer zona do campo, era o que faltava não ser dentro da área), com Dost aos berros fora das quatro linhas (estava fora por ter sido assistido) e com Bruno Fernandes, com toda a calma do mundo, a atirar o redes para um lado e a bola para o outro!

Enorme suspiro de alívio da nação verde e branca, que ainda viu Patrício fazer uma defesa monstruosa a um cruzamento de Florent que foi direito à baliza e Acuña festejar um golo que seria bem anulado por fora de jogo de Ristovsky, mesmo a fechar um grande dérbi, capaz de motivar ainda mais o Sporting para a meia-final da Taça e que deixa a turma de Alvalade a depender apenas de si para alcançar o segundo lugar e o acesso à pré-eliminatória da Champions.