Comecei a escrever esta crónica eram 17:10h de sábado, muito feliz pela brilhante vitória da nossa equipa de hóquei em Patins sobre um fortíssimo Porto, e que, a uma jornada do final do campeonato, se sagrou campeã nacional ao fim de 30 anos.

Uma jornada inesquecível e daqui aproveito para endereçar a esta briosa equipa, ao treinador Paulo Freitas treinador Paulo e a todos que contribuiram para uma vitória algo inesperada no momento da grelha de partida, mas justíssima e sem mácula, como me habituei a desejar ao longo da minha vida de Sportinguista. Vitória que minorou a penosa semana que vivemos, que pode prenunciar outra (ou outras) que se avizinha de igual tristeza e que vinte minutos antes (16.50h) quando vinha manifestar o júbilo que senti aqui à Tasca, me levou a não o fazer porque, nem nas vitórias, nos momentos de alegria que devia ser de todos aqueles que amam o Clube, se deixam de ler comentários e piadas de mau gosto. Deixo àqueles que me leem a tarefa de tirarem conclusões…

Posto isto, gostaria de me debruçar sobre o nosso Futebol Feminino. Mas não consigo. Sinto-me vazio, desmotivado, para explanar aqui o que gostaria de fazer, como prometi há umas semanas atrás, uma análise mais ou menos pormenorizada do que foi a Liga Allianz, de me debruçar mais detalhadamente sobre a brilhante e difícil vitória sobre o Braga na final da Taça. Foi aliás este jogo, que vi repetidas vezes durante a semana, para me furtar de algum modo aos tristes acontecimentos que estão a dividir a família Sportinguista, que serviu de lenitivo a um estado de espírito que nunca pensei viver nos anos que levo de Leão no coração.

Essa análise ficará para mais tarde, isto se me sentir preparado para o fazer. Vejo aqui neste espaço uma intolerância que a minha formação e idade rejeitam liminarmente. Com imensa tristeza o digo: isto não é, de forma alguma, o Sportinguismo que o meu pai me transmitiu. Intolerância usava-se para com os nossos adversários quando nos procuravam menosprezar, amesquinhar. Porque para quem ganha é preciso ter galhardia, respeito, dignidade para quem não vence, senti muitas vezes esse sentimento para com eles.

Na Sede do Passadiço, onde passei anos maravilhosos como adepto e atleta do Clube, aconteciam entre os sócios discussões acaloradas mas nada mais do que isso. Nunca, em cerca de 10 anos, vi o que quer que fosse de menos digno. Julgo que a diferença reside em algo que tem o nome de teclado e que exponencia outra que se chama coragem…

O Sporting, se fôr, no seu Universo, o espelho da Tasca, caminha a passos largos para se tornar num Clube profundamente fracturado, consequentemente longe dos êxitos que todos desejamos. Que o Clube que amamos saia depressa deste doloroso momento, que saibamos respeitar, mesmo discordando, aqueles que não têm a mesma visão que a nossa.

É tudo. Demasiado tempo para escrever estas linhas, expressam bem a minha actual incapacidade de comunicar…

* às segundas, o jmfs1947 assume a cozinha e oferece-nos um mais do que justo petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino