O filme “No” (não em espanhol) retrata a campanha pelo “não” no plebiscito no Chile de Pinochet, embora o “não” tenha uma conotação negativa, quem estava pelo “No” queria que a vontade da maioria prevalecesse e repusesse aquilo que uma junta militar tinha retirado 15 anos antes, quando assassinou o presidente legitimamente eleito pelo Povo.

A campanha pelo “sim” era feito por militares idosos que tinham retirado a sua farda militar e vestiam agora à civil, numa tentativa de se mostrarem à população como alguém em quem a população se pudesse rever, e que convocavam o plebiscito na convicção que iam ganhar de uma forma ou de outra.

Falo neste filme porque foi a imagem, que me veio à cabeça, quando vi aquela “junta militar” à bela maneira das ditaduras da América do Sul, a auto intitularem-se de Comissão de Gestão e a apresentarem-se como os salvadores providenciais e por tal não necessitarem da legitimidade democrática.

A analogia parece evidente, tanto mais que a tal “junta militar” foi apresentada no Pateo Alfacinha, que tive a oportunidade de ir visitar antes de escrever este texto. Só posso dizer que foi um local bem escolhido, pois aquele local representa aquele Portugal cinzento, antigo, pequenino, anti modernidade, saudosista de um passado que (felizmente) não vai voltar.

Portugal e o Mundo estão a mudar. Há pessoas que não perceberam ainda isso, e por isso no dia 24 vão acordar e vão ter mais uma surpresa, que só poderá ser surpresa para quem já não é deste tempo, ou foi ultrapassado pela velocidade a que o tempo corre. Tal como no plebiscito de Pinochet só havia “Si” ou “No”, também no dia 23 só haverá “Sim” ou “Não”.

Não haverá o “talvez” que os partidários da “3ª via” querem à força fazer crer que existe. Esta 3ª via vê a oportunidade de ganhando o “Sim” poderem surgir depois para consolo dos descontentes do “Não”. Mas isto a meu ver é puro oportunismo e serão mais tarde descartados e engolidos pelos do “Sim”.

Dia 23 todos seremos poucos pelo “Não”. Votarei “Não” por um Sporting dos Sócios, votarei “Não” por um Sporting eclético, votarei “Não” por um Sporting exigente, votarei “Não” por um Presidente legitimamente eleito.

ESTE POST É DA AUTORIA DE… leao76
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