puto-camisola-sportingAqui chegados, prestes a conhecer dentro de umas dezenas de horas o resultado da AG mais importante da história de um clube em Portugal, nos resignamos: Aconteça o que acontecer haverá um novo Sporting. Assim, é hora das despedidas e de dar as boas vindas ao futuro.

Adeus Sporting. Adeus curva unida no topo sul gritando a uma só voz. Adeus Alvalade a cantar em uníssono ao mundo para que saiba que o nosso Amor és tu. Dificilmente haverá paz no Sporting para voltar a ter tudo isto, a menos que o resultado deste sábado seja esmagador para um dos lados. Se a margem for pequena, se não houver bom-senso dos responsáveis, não haverá paz. E nenhum destes dois cenários parece plausível.

Navegar pelos fóruns, blogues e grupos de facebook do Sporting tornou-se desesperante. Até uma qualquer caixa de comentários de um qualquer das centenas de núcleos do Sporting faz prever o pior: Qualquer que seja o resultado, não haverá paz. Vamos aos cenários:

– Se Bruno de Carvalho for destituído, está nas mãos do por esta altura igualmente controverso Presidente da MAG ter o bom-senso que faz meses não existe em Alvalade: O de permitir eleições livres ao Sporting o quanto antes, sem restrições deste ou daquele, sem comissões de gestão constituídas por figuras duvidosas de um Sporting antigo que fazem renascer fantasmas de um passado sombrio (desportiva e financeiramente). Jaime Marta Soares, é a si que compete garantir que os sócios do Sporting possam criar alternativas, que o caminho até à eleição de uma nova direcção não seja um pântano de campanhas sobre golpes e golpadas, mas sim sobre propostas concretas e reais sobre os destinos do Clube.

Se este cenário se concretizar, então podemos dar as boas-vindas a um novo Sporting, o que voltará a cantar unido mas alerta sobre um populismo perigoso que quase feriu de morte o clube mais ecléctico de Portugal. Caberá aos sócios chegarem-se à frente, votar em listas que, quiçá, representem a maioria silenciosa que sofre com tudo o que se tem passado, que não se revê nos “croquetes”, nos “brunistas”, na Holdimo, nos Madeira Rodrigues, Severinos ou Abrantes Mendes das últimas “alternativas” ou em nenhuma facção que não seja a de fazer do Sporting um clube tão grande como os maiores da Europa. Tudo o que não seja esta postura do Presidente da MAG, de conciliação e uma margem considerável a favor da destituição levará Bruno de Carvalho a impugnar por todos os meios esta AG e este resultado, através de providências cautelares e de campanhas junto dos Núcleos levando a novas AGs, novos impasses, e a uma interminável guerra faccionária que só terminará quando o próprio clube se desfizer ou quando poderes maiores, como os Tribunais, intervirem.

– Se Bruno de Carvalho e a sua direcção se mantiverem então será hora de dar as boas vindas a um outro novo Sporting. Ao Sporting de um só homem, constantemente legitimado por aquilo a que ele próprio chamou “carneirada”, uma massa de adeptos que permite a um homem com 5 anos de mandato a ousadia de erigir um Leão junto ao estádio com duas frases…. uma do Fundador do Clube e uma da sua própria autoria, como se os 107 anos de história que os separam tivessem sido apenas um mero caminho e figuras como o Peyroteo, Yazalde, os Cinco Violinos, Fernando Mamede, Carlos Lopes, Damas, Moniz Pereira, Joaquim Agostinho, João Rocha e muitos outros meras figuras secundárias da história Leonina.

Será um Sporting sem independência do Jornal Sporting e da Sporting TV, cada vez mais a voz de uma diercção e não dos sócios. Será um novo Sporting, um clube liderado por um Presidente que permitiu que alguém próximo de si sujasse o nome do clube na lama da corrupção, de um homem beligerante para quem os sócios e adeptos são “Sportingados” ou “Ratos cobardes” se discordarem do seu caminho, para quem atletas são facilmente considerados “mimados”, “miseráveis”, ou uma “desilusão”, capaz de de se dirigir assim a atletas do clube ultrapassando e sobrepondo-se a toda uma hierarquia e a uma gestão que deveria ser responsabilidade das equipas técnicas e chefias de secções. Será um novo Sporting, um Sporting que entrará no estádio dividido entre “brunistas” e “sportingados”, um Sporting resignado, um Sporting de vale-tudo. Mas será também um Sporting mais só no mundo do desporto e no mundo civil, onde banca, politicos, ouros dirigentes, instituições, agentes, clubes nacionais e estrangeiros, UEFA e FIFA estarão de pé atrás esperando tudo menos o que saber esperar de uma direcção composta por 6 elementos eleitos e os restantes escolhidos a dedo por um presidente astuto mas manipulador, persistente mas agressivo, decidido mas cego no seu propósito.

No Domingo, o País e o Mundo verão nascer um novo Sporting, seja qual for o resultado. O Sporting Clube de guerra eterna, o Sporting Clube de Bruno de Carvalho ou o Sporting Clube de Portugal.

Tudo depende de Bruno de Carvalho, de Jaime Marta Soares e dos que os rodeiam no sentido de dignificarem a história do clube… e dos sócios do Sporting em assegurarem que isso acontece.

ESTE POST É DA AUTORIA DE… Vasco Galhofo
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