Quando regressamos à tarde de sábado e recordamos homens de barba rija e lágrimas nos olhos, percebemos que, ali, estava muito mais em causa do que a conquista do tricampeonato de futsal. Depois de anos em que foram a bandeira de um clube incapaz de coleccionar conquistas, os habitantes desta ilha chamada futsal carregavam nos ombros o peso de serem alvo de uma injustiça cósmica e, em ano de estreia do João Rocha, poderem ser os únicos a falhar a conquista do título. Mais tensão ainda, por saberem que depois de tantas e tantas batalhas, esta seria a última que enfrentariam em conjunto.

No final, aquelas lágrimas eram lágrimas de alívio. De missão cumprida. Japa, Diogo, Fortino, Djô, Divanei, nomes que, tal como um Benedito ou um Alex, jamais serão esquecidos e que ficarão eternamente gravados nos nossos corações (fica a sugestão a uma próxima direcção, a de começar a pensar em, a ala NBA, ir eternizando algumas camisolas no topo do João Rocha), despediam-se da melhor forma possível e assinalavam o final de um ciclo que se fecha com chave de ouro.

Agora, com uma base que assegura a transição e onde cabem nomes como João Matos, Pedro Cary ou Merlim, com um treinador que há-de dar-nos a Champions e uma estrutura da modalidade exemplarmente conduzida por Albuquerque, é hora de renovação, se possível aproveitando vários dos nossos talentos das camadas jovens.

Obrigado a estes homens que souberam ser Leões! Que o seu exemplo inspire os que ficam e chegam com a responsabilidade de fazer, no mínimo, igual!