Ou, se preferirem, “que se foda a união”! Não dava um óptimo claim de campanha? Sou tentado a dizer que sim, que seria o meu claim por ser o claim mais sincero, mais sem filtros, mais de acordo com o que eu sinto numa altura em que o calendário marca dez anos (passa depressa) a fazer esta coisa que se me apegou à pele e passou a ser parte do meu dia a dia. Por minha culpa, por vossa e, claro, por culpa desse Sporting que é parte do que somos.

Eu desta vez vou conseguir, Desta vez vou largar
Eu não estou farto, eu cansei-me do que apenas parece
Eu não sei se eu sou forte, Só que tenho este grito…
Não contem comigo, Para ser Sol na Terra

Tenho a dizer-vos quem tem sido uma experiência incrível. Por muitas das pessoas que tenho conhecido, algumas delas com a certeza que quero que continuem a fazer parte da minha vida. Por muitas das pessoas que tenho permitido que se conheçam. Pelos encontros, sejam almoços, sejam futeboladas, sejam apenas um olá rápido nas roulottes. Pelos sentimentos positivos que, utilizando o Sporting que nos liga, consigo transmitir. Pelos óptimos textos que outros escrevem. Por saber que quem está a milhares de kms de distância, aqui encontrou um cantinho onde mata saudades de um verde e branco longe da vista e sempre perto do coração. Por sentir que, mal ou bem, aqui se promove a liberdade de qualquer adepto do meu clube poder exprimir-se. Pelos momentos em que soubemos unir-nos em redor de causas solidárias. Pelas piadas parvas. Pelas caralhadas genuínas. Pelas noites de felicidade ou de desespero. Pelas tardes de ecletismo em que quase parecemos estar à volta de uma mesa com um pequeno rádio, vibrando com as modalidades. Pela forma como, na esmagadora maioria das vezes, me trataram, mais ainda pelo carinho com que sempre trataram a minha filha.

Eu vivi sempre em guerra, a lamber pés de puta
Não percebo as razões
Estou perdido na mata, De cabeça madura, Sempre dando na fruta…

Nenhum de vós duvide que somos uns resistentes. Cada um à sua maneira, uns com mais anos de luta do que outros, uns com mais memória dos que outros. Se há coisa de que o Sporting pode orgulhar-se é de ter adeptos dispostos a irem ao inferno e a voltarem, mesmo quando esse inferno nos é imposto por quem veste as mesmas cores. Sim, ainda custa mais. Mas estamos cá. Foi desse espírito que se fez o Cacifo. Foi esse espírito que transitou para a Tasca. Guerrilheiros de uma causa, de uma paixão, de um cabrão de um estado de alma, agarrados à essência para manter a dissidência.

Desta vez eu desisto, De lutar contra a merda
Eu sou feito de perda
É mais do que um desabafo, É uma voz que desperta
Um consolo de abutre, No direito à vivência
Do pacote completo, Não lamento palavras, São o meu alimento…

Mas, o que é que fazes quando colocam em causa a tua essência? Tenho pensado e pensado e pensado na resposta a uma pergunta que me parece tão complicada, que dá origem a outras. O que é que fazes quando cada guerrilheiro se acha melhor do que o outro? Quando cada guerrilheiro coloca em causa o carácter do outro? Quando há cada vez mais guerrilheiros dispostos a acusar, denegrir, porque não dizê-lo, a matar pelas costas quem luta a seu lado? Vale a pena continuar? Detonas um conjunto de minas em redor do pelotão? Respondes de faca na mão? Tentas chamá-o à razão? Insistes em manter o pelotão unido, mesmo quando só vês ódio nas trocas de olhares?

Nem o amor que reservo, A quem o vê fora dela
Trago a bomba no peito, Não a trago no saco
Tira-me o teu retrato, Sem remorsos do assalto
Quando não se tem alma, Não se corre esse risco

Eu não quero união, muito menos uma união podre. E sinto que chegou a altura de deixar de ser um gajo porreiro que tenta a todo o custo, por vezes de forma lírica, manter os Sportinguistas unidos. Se seríamos mais fortes dessa forma? Com certeza que sim, mas só se todos quisessem! E é precisamente isso que, neste momento, tenho a certeza que não se quer!

Eu não tenho que querer estar unido com quem não me respeita.
Com quem me tenta calar assim que expresso uma opinião (e hoje em dia é tão fodido ter opinião…).
Com quem leva os dias a insinuar que as minhas opiniões são movidas por interesses, mesmo depois de me conhecer pessoalmente.
Com quem aproveita o anonimato das redes sociais para tentar passar a mensagem de que eu me vendi.
Com quem não respeita esta casa, já não tão pequenina, já não tão alegre, mas, ainda assim, casa onde passam milhares e milhares de pessoas que merecem respeito. Milhares e milhares de pessoas que merecem ter vontade de exprimir-se ao invés de recolher os dedos e deixar de escrever por sentirem que vão ser agredidos verbalmente só por tentarem passar o seu ponto de vista.
Eu não tenho que querer estar unido com quem tenta estragar, dia após dia, o ambiente de forma propositada, seja por inveja, seja por ser essa a forma que encontram de dar coloridos a dias cinzentos.
Com quem usa falinhas mansas, mas teria como orgasmo supremo o encerramento da Tasca.
Com quem acha que pode chamar filho da puta como quem pisca o olho ou com quem tenta arranjar batedores de palminhas merdosos que reagem a tiradas de cariz sexual, religioso ou rácico.

Tu não sonhas quem sou, Tu não vês nem metade
Só queria cantar, Já não sei bem porquê
E perguntas então
Porque não pões um fim, Nessa vida sofrida
A resposta tem graça É que eu adoro esta vida
Ainda não acabei!

É isto que tens que meter na cabeça: ainda não acabei!
E não vais ser tu, com esse destilar de ódio, de rancor e de um interior cada vez mais negro a fazer-me desistir de mil e uma ideias para manter a chama dos guerrilheiros de uma causa, de uma paixão, de um cabrão de um estado de alma, agarrados à essência para manter a dissidência!

Tenho a dizer-vos quem tem sido uma experiência incrível. Por muitas das pessoas que tenho conhecido, algumas delas com a certeza que quero que continuem a fazer parte da minha vida. Por muitas das pessoas que tenho permitido que se conheçam. Pelos encontros, sejam almoços, sejam futeboladas, sejam apenas um olá rápido nas roulottes. Pelos sentimentos positivos que, utilizando o Sporting que nos liga, consigo transmitir. Pelos óptimos textos que outros escrevem. Por saber que quem está a milhares de kms de distância, aqui encontrou um cantinho onde mata saudades de um verde e branco longe da vista e sempre perto do coração. Por sentir que, mal ou bem, aqui se promove a liberdade de qualquer adepto do meu clube poder exprimir-se. Pelos momentos em que soubemos unir-nos em redor de causas solidárias. Pelas piadas parvas. Pelas caralhadas genuínas. Pelas noites de felicidade ou de desespero. Pelas tardes de ecletismo em que quase parecemos estar à volta de uma mesa com um pequeno rádio, vibrando com as modalidades. Pela forma como, na esmagadora maioria das vezes, me trataram, mais ainda pelo carinho com que sempre trataram a minha filha.

Nenhum de vós duvide que somos uns resistentes. Cada um à sua maneira, uns com mais anos de luta do que outros, uns com mais memória dos que outros. Se há coisa de que o Sporting pode orgulhar-se é de ter adeptos dispostos a irem ao inferno e a voltarem, mesmo quando esse inferno nos é imposto por quem veste as mesmas cores. Sim, ainda custa mais. Mas estamos cá. Foi desse espírito que se fez o Cacifo. Foi esse espírito que transitou para a Tasca.

Quem quiser lutar por esse espírito, venha daí!

Vamos embora chorar
Vamos embora sorrir
Vamos embora sair
Vamos embora ficar
Vamos embora cair
Vamos embora voltar
Vamos embora ou não
São tudo coisas do chão