«Tem coisas que não dá para entender! Resta torcer da bancada». Foi com esta frase, no twitter, que Matheus Pereira reagiu ao facto de ter sido um dos convocados que acabou por nem para o banco ir.

Ora, antes de mais, tenho que dizer-vos que achei uma estupidez Matheus Pereira não estar sequer no banco. Tal como achei uma estupidez o Wendel nem ser convocado e termos que levar com uma das descobertas do JJ. Tal como achei uma estupidez entrarmos em campo sem um único extremo capaz de esticar o jogo. Tal como acho uma estupidez um treinador do Sporting não olhar para esta merda de campeonato e perceber que isto pede um 4-2-4 ou um 4-1-3-2 que encoste os adversários completamente às cordas e lhes bata até ao KO.

Mas mesmo achando tudo isto e juntando-lhe o extra de ser um #formaçãolover com hashtag tatuada, tenho que dizer sem rodeios que o que Matheus Pereira fez foi estúpido. Entendo perfeitamente a desilusão, até porque foi aposta ao longo de praticamente toda a pré-época, mas aquela mensagem acaba por ser uma falta de respeito pelo grupo de trabalho e é o tipo de desabafo que tem que ser feito cara a cara com o treinador. Além isso, numa altura em que continuamos sobre brasas, é uma verdadeira rabanada de vento capaz de incendiar novamente as trocas de opiniões entre os adeptos.

No final da partida, confrontado com as declarações do extremo, José Peseiro esteve bem: “Se está chateado é bom, expressá-lo nas redes sociais é que não concordo tanto. Temos jogadores com talento e a tarefa do treinador é ensinar a colocar o talento em campo, com compromisso e determinação. Quando eles não cumprem e não dão essa resposta, podem ficar de fora. Ele ou outro qualquer. O Sporting tem um plantel com potencial, o Matheus tem potencial e é uma aposta. Estar no Sporting representa compromisso a par do talento e não é fácil os jogadores aperceberem-se disso. Por vezes até somos demasiado chatos para eles. Quando se está no banco tem de se entrar como o Raphinha ou o Jovane Cabral fizeram hoje”.

Ainda assim, o puxão de orelhas público poderia ter sido feito em privado, evitando uma troca de palavras (mais uma) que nada abona a nossa favor.

E há uma questão que não deve ser menorizada. Francisco Geraldes, João Palinha e, agora, Matheus Pereira. Três jogadores da formação, três jogadores que questionam a gestão de José Peseiro, numa época em que a aposta deveria ser, ainda mais, na prata da casa.