A Premiere League promete voltar a ser pioneira na arte de bem gerir o espectáculo futebol e, desta vez, atira para cima da mesa uma verdadeira bomba: serem os jogadores a pagar, aos seus empresários, as comissões que até agora eram da responsabilidade dos clubes que negociavam as transferências.

A vontade veio a público depois da recente reunião de clubes da PM e, apesar de terem noção de que esta alteração pode provocar um aumento nos ordenados pedidos pelos jogadores, acreditam que a mesma vai servir de travão para as exorbitantes comissões pedidas por muitos empresários, como Mino Raiola. O italiano recebeu cerca de 45 milhões de euros, entre Juventus e Manchester United, na transferência de Paul Pogba. Se esta proposta já estivesse em vigor, teria de ser Paul Pogba a cobrir os valores exigidos por Mino Raiola e todos acreditam que as exigência do empresário baixariam drasticamente.

Outra das alterações pretendidas pela Premier League refere-se à introdução de um exame para todos os agentes, com o intuito de perceber a capacidade e a adequação dos empresários para trabalharem como intermediários. Também terão de apresentar uma conta bancária no Reino Unido a partir da qual serão feitas as transações e os recebimentos. Preferencialmente, se a proposta for aprovada, as comissões dos agentes será paga durante o período de contrato dos respetivos jogadores – impedindo o pagamento de elevadas somas de uma só vez aquando de uma transferência é assinatura de contrato. Um dos objetivos desta proposta, para além de reduzir o valor pedido pelos intermediários, é reduzir o desejo dos jogadores de se transferirem constantemente.´

Outros dos temas em cima da mesa, relacionado com o trabalho dos intermediários, é o fim da dupla representação. Ou seja, a Premier League quer colocar um ponto final nos casos em que um empresário representa o jogador e um dos clubes envolvidos na transferência. Estima-se que o mesmo intermediário represente jogador e um dos clubes em 60 por cento das transferências na Premier League.

Entretanto, a FIFA quer impor um limite ao número de jogadores que os clubes europeus. As poucas restrições em vigor permitem, por exemplo, que a Atalanta, da Serie A italiana, tenha 77 (!!!) jogadores profissionais a rodar em outros clubes. Face a este cenário, o organismo que tutela o futebol mundial quer um máximo de oito jogadores emprestados, o que trará enormes mudança: não só coloca um travão ao comprar só para emprestar, como obriga a um repensar de processos nos clubes que recebem jogadores em regime de empréstimo e que fazem desse o seu modelo preferencial.