As notícias desta madrugada apontam para que o Sporting tenha chegado a acordo com o Wolverhampton, resolvendo, assim, o dossier Rui Patrício.

Recorde-se que o jogador foi um dos que rescindiu com o clube de Alvalade, alegando justa causa, não só pelos acontecimentos que rodearam o ataque à Academia como, também, por considerar que o Sporting havia abortado, propositadamente, a sua transferência para o Wolves. Na altura, foi o próprio Bruno de Carvalho quem explicou o porquê do não entendimento com o clube inglês.

Em conferência de imprensa, o ex-presidente do Sporting revelou que um administrador da SAD esteve a negociar o jogador, pensando inicialmente que o fazia com o Nápoles, mas, depois, chegou uma proposta do Wolverhampton, de 18 milhões. A proposta foi vista com bons olhos pela direcção de Bruno de Carvalho, mas o negócio emperrou numa exigência de Jorge Mendes, que reclamava 7 milhões para si, referentes ao contrato de Rui Patrício e, também, no saldar de uma percentagem que, supostamente, não recebeu aquando da venda de Adrien Silva para o Leicester.

“Tenho pena que o Rui Patrício não tenha falado com a sua entidade patronal. Está a ser manipulado, mas o Sporting não cede a chantagens”, diria Bruno de Carvalho, explicando que quando o Sporting renovou com Rui Patrício e Adrien Silva, os novos contratos acabaram com as cláusulas anteriores, referente a contratos assinados por Godinho Lopes. Segundo o ex-presidente, nos anteriores contratos dos jogadores, a Gestifute, empresa de Jorge Mendes, tinha direito a percentagens dos passes, o que foi removido nos novos acordos. E acrescenta que a Gestifute exigiu 3 milhões pela venda de Patrício e outros 4 referentes à venda de Adrien na época passada para fechar o negócio do guarda-redes com o Wolverhampton.

Ora, ao que parece, a viagem de Frederico Varandas a Inglaterra resultou no firmar de uma transação a rondar os 20 milhões que, descontando esses sete milhões para Jorge Mendes, se saldará num encaixe para os cofres leoninos de 12 milhões de euros.

À chegada a Lisboa, Frederico Varandas afirmou que o diferendo “foi bem resolvido”, não dando mais explicações ou pormenores. Mas terá que dar, obviamente, pois todos os Sportinguistas querem perceber, efectivamente, que negócios foi feito, que cedências existiram e qual será o real encaixe. Mas, seria bom que o actual presidente enquadrasse este acordo nas palavras que proferiu em campanha eleitoral – «Quanto às rescisões, vou levar os processos até ao fim defendendo, sempre, os superiores interesses do Sporting» – e todos nós percebêssemos se este acordo terá sido feito face a alguns dos últimos desenvolvimentos em torno da investigação ao ataque à Academia.