De acordo com as últimas notícias, «deve cair por terra a queixa do Sporting contra Gelson Martins e o Atlético Madrid, apresentada em agosto na Câmara de Resolução de Litígios da FIFA e na qual os leões pediam a condenação solidária do jogador e do clube espanhol em 105 milhões de euros, mais juros».

Ao que parece, o organismo que tutela o futebol mundial não dará qualquer parecer sobre o caso, por considerar que não o pode fazer, uma vez que já está em curso um processo no Tribunal Arbitral do Desporto, em Portugal (não confundir com o TAS, na Suíça).

As partes envolvidas, nomeadamente o Sporting, foram informadas na segunda-feira, em carta oficial a que o Record terá tido acesso, assinada por Omar Ongaro, diretor de Regulamentação de Futebol da FIFA, e Maja Kuster Hoffman, chefe do Estatuto de Jogador. Os leões têm agora um prazo de 10 dias para responder a esta notificação, que se baseia na análise “minuciosa e exaustiva” de todos os documentos que estavam na posse da entidade, desde a exposição do Sporting, recebida a 13 de agosto, às respostas do Atlético Madrid e de Gelson, a 11 e 12 deste mês (cujas cópias foram remetidas para Alvalade).

Ao verificar que existe um processo a decorrer no TAD, resultado de participação do extremo que o Sporting entretanto já contestou, a FIFA conclui que os leões não questionam, pelo contrário aceitam, a competência daquele tribunal para julgar o caso. Assim, como o “objeto, causas e factos” das ações no TAD e na FIFA são os mesmos, o organismo invoca a jurisprudência dos seus órgãos decisores e entende que estes “não estão em posição” de “prosseguir com a investigação” ou “de deliberar sobre um assunto em que uma das partes apresenta uma queixa e/ou contestação perante outro órgão competente sobre esse mesmo assunto”.

A FIFA quer prevenir a eventual prática de ‘fórum shopping’, ou seja, o que poderia ser uma tentativa do Sporting de procurar a jurisdição que lhe fosse mais conveniente, deixando via aberta para a decisão do TAD.