Em 48 horas vi mais de 15 nomes na imprensa e nenhum desses será o futuro treinador“. À partida para os Açores, Frederico Varandas deixava a certeza que o nome estava prestes a ser anunciado e abria caminho para duas possibilidades: apresentar um peso pesado, como Arsène Wenger, ou surpreender meio mundo com um nome capaz de nos deixar de sobrolho levantado.

Eu gostava que Wenger tivesse sido escolhido. Mesmo em idade de pré-reforma e com o Algarve aqui tão perto, seria uma verdadeira pedrada no charco em termos de qualidade, de visão global do futebol, de gosto pelo futebol ofensivo e de capacidade de trabalhar com jovens jogadores.

E se fosse para surpreender meio mundo, tudo teria feito para trazer Ralph Hasenhüttl, técnico austríaco que mostrou trabalho ao comando do modesto Ingolstadt 04 e, depois, à frente do Leipzig, bateu o pé ao Bayern de Munique comandando uma das mais jovens equipas da Europa (na qual Bruma renasceu para o futebol e dando aquele banho de futebol ofensivo ao fcPorto, na Champions, em que os azuis nem sabem como não vieram da Alemanha com apenas três no saco, quando podiam ter sido seis ou sete).

Mas nem um, nem outro. Marcel Keizer é o homem escolhido e a primeira reacção é… quem?!? Mesmo perante o alívio de não levar com um Cesare Prandelli ou um Jorge Sampaoli, sou gajo para apostar que se existirem 8 Sportinguistas entusiasmados, será muito. E já estou a contar com Frederico Varandas e Hugo Viana…

E o que é que um gajo sabe sobre Marcel Keizer? Trabalha com João Pedro Araújo, o médico escolhido por Frederico Varandas para ser director clínico do clube de Alvalade e um dos principais rostos da Unidade de Performance do Sporting; fala a mesma língua que Bas Dost; está no Al Jazira, de quem terá que desvincular-se; cresceu como treinador ao serviço do Aargon, VVSB, Telstar, Emmen, Cambuur e equipa B do Ajax, onde obteve a melhor performance da carreira e que lhe valeu o convite para substituir Peter Bosz na equipa principal, numa experiência que correu realmente mal.

A nível e jogo jogado, deparamo-nos com estas informações: Cambuur’s Jerge Hoefdraad described his former boss by saying, “He is a quiet, honest man. He is always busy with players to make them better through additional training. He loves football and hard work A no-nonsense football animal. A true 4-3-3 trainer.

Much like former coach Peter Bosz, Keizer is a disciple of Johan Cruyff and sets his side’s up to play the traditional Ajax way. He wants his players to press the ball high up the pitch and dominate possession at all times. His Jong Ajax side last year were a joy to watch moving forward with their fast pace and intricate passing from the back.

Agora, sem grande entusiasmo, um pouco à semelhança do que aconteceu aquando da contratação de Siniša Mihajlović, mas com uma folha salarial bem menos pesada (fala-se em 1,3 milhões época, já com prémios), resta-nos acreditar que foi escolhido o homem certo e dar tempo a Marcel Keizer para implementar os seus métodos de trabalho. Que métodos são e como convenceram o presidente do Sporting, só Frederico Varandas poderá explicar aquando da apresentação oficial do homem escolhido para ser protagonista incontornável do projecto da atual direcção.