Em semana de regresso do Voleibol do Sporting às competições europeias, a Tasca recebeu um convidado muito especial: o nosso craque, João Simões!

O internacional português e atual campeão nacional esteve à conversa connosco, na nossa humilde casa, mostrando que os craques não se vêem só em campo. Uma pequena entrevista cheia de humildade, personalidade e fervor leonino, deste Leão desde pequeno que nos ajudou a lançar este regresso do voleibol do Sporting aos jogos internacionais (Quarta-feira, 20h, no Pavilhão João Rocha).

E para quem não sabe, o João Simões vai-nos também ajudando bastante a estarmos atualizados no que respeita ao voleibol do Sporting. Como já uma vez referi num post, ele até já transmitiu um jogo em direto no seu Instagram. Aconselho, vivamente, que o sigam. Vale a pena! (clica aqui para começares a seguir)

Obrigado João!

Nós, amantes do voleibol, habituamo-nos a ver os grandes craques pela televisão. E reparar que alguns vestem agora a camisola do Sporting é um orgulho, claro, mas é estranho. Pergunto-te, particularizando, como é jogar com o Angel Denis e o Leonel Marshall? Eles já eram craques mundiais quando tu começaste a jogar!
Sim, a verdade é que quando o Angel e o Marshall estavam a aparecer, ou até quase no seu pico da carreira, eu ainda nem sequer jogava. É um grande orgulho poder partilhar o balneário com eles e aprender com a sua experiência. Quando soube que vinham para o Sporting fiquei com uma enorme felicidade, mas também um pouco incrédulo. Aprendo todos os dias com eles e é realmente um orgulho. Certo também é que, se partilho o balneário com eles é porque também tenho valor, tenho uma carreira e um trajeto no voleibol. Isso também me deixa orgulhoso também.

Já te denunciaste como sportinguista e nós agradecemos! És dos nossos desde o berço. Ajudaste a recuperar a modalidade, inauguraste o Pavilhão João Rocha (PJR) e foste campeão. O que é que te falta como jogador de voleibol e adepto do Sporting?
Na minha primeira entrevista eu disse que queria tentar ficar na história do Sporting com títulos. É o meu clube de nascença. Nasci Sporting, sou Sporting e vou morrer Sporting. Quero muito ficar numa pequeníssima parte da história deste grandioso clube. Já consegui um pouco que seja no ano de estreia do voleibol, quando fomos campeões. Mas quero títulos! Quero ajudar a dar mais títulos ao Sporting enquanto entenderem que posso ser uma mais valia. Vou continuar a trabalhar para estar pronto.

Todos nos lembramos do último jogo da final, com o PJR à pinha, emoção ao máximo e uma sede de vitória incontrolável. Entraste, jogaste muito bem e houve a lesão que te obrigou a sair. Depois temos o Battaglia nas redes sociais a dizer “Muito orgulho em vocês!! Ver o João Simões lesionado, mas mesmo assim disponível para defender a nossa camisola, deve servir-nos de lição. Vocês são um exemplo para todos nós! Esta já ninguém nos tira!”. Isto é mesmo uma lição? Uma lição de raça, querer e sportinguismo?
Esse foi possivelmente o jogo mais importante da minha carreira. Pavilhão cheio e os adeptos a viverem o jogo connosco. Não fui titular, mas entrei quando perdíamos por 2 sets a 1. O jogo corria-me bem e infelizmente tive uma entorse. Foi uma desilusão tremenda não conseguir ajudar mais, mas no fim correu tudo bem! A mensagem do Battaglia foi o reconhecimento que me deixou orgulhoso. Num clube como o Sporting, onde o futebol é o mais move os adeptos, é importante esta aproximação.

Curioso como vamos vendo no desporto a longevidade das carreiras a aumentar. O Cristiano Ronaldo com 33 anos e parece ter 23, o Lebron James também com 33 anos e num ritmo fortíssimo, e a nossa equipa com uma média de idades alta. A cultura do corpo e os cuidados com a alimentação são algumas explicações. Tu esperas, também, jogar voleibol ao mais alto nível até aos 47 anos, como o nosso capitão?
O Miguel é um caso raro. Fazer o que ele faz aos 47 anos não é para todos, não é mesmo! É um exemplo para mim e para todos os que seguem a modalidade. Não penso jogar até tão tarde, vai ser difícil igual o meu capitão. Quero jogar mais anos, se possível no Sporting, mas até aos 47 talvez não.

O treinador do Castelo, no lançamento do jogo contra nós falava na experiência inquestionável que a nossa equipa tem. Achas que será um ponto forte ou pode pesar desfavoravelmente devido a um possível desgaste físico?
A nossa equipa tem as duas vertentes. Somos a equipa mais experiente do campeonato e também com a média de idade mais alta. Mas isso não nos irá afetar porque são todos jogadores que se conhecem bem, sabem até onde podem chegar e como chegar às finais no seu melhor estado físico.

Imagino que acompanhes a nossa equipa feminina. Temos um grupo muito forte e pronto a subir de divisão. Concordas?
Sim, tenho acompanhado a equipa feminina, temos uma grande equipa. O grande objetivo é esse, subir de divisão. Fiquei muito feliz com a abertura da vertente feminina e desejo tudo de bom para a equipa e que consiga os seus objetivos.

Vamos com 3 jogos com o benfica este ano e o cenário não é favorável. Eles são um grande candidato à conquista do campeonato, tal como nós. Estas derrotas afectaram um pouco dos adeptos. Vocês estão ansiosos por virar isto?
Os adeptos não gostam e os jogadores muito menos. É verdade que foram jogos muito equilibrados, mas infelizmente uma dessas derrotas deu um título ao benfica que nós ambicionávamos ganhar. A nossa equipa ainda vai crescer bastante para chegar na recta final forte e assim conquistarmos o bi-campeonato que tanto queremos!

Vai começar a participação na Challenge Cup, no dia 7 de novembro às 20h. Quais são as expectativas para esta competição?
Quarta-feira é a nossa estreia nas competições europeias. Quando estamos no Sporting, as expetativas são sempre as mesmas: vencer a competição. É uma competição diferente, onde estarão grandes equipas europeias, mas nós também assumimos que a somos. Vamos tentar chegar o mais longe possível, que se espera seja a final, e consequentemente ganhar a competição.

O primeiro adversário é o VC Fentange, do Luxemburgo. Que nos podes dizer sobre eles?
Não é uma equipa muito conhecida a nível europeu e mesmo o campeonato do Luxemburgo não é o mais mediático. É para ganhar e tentar dar já um avanço nesta primeira mão da eliminatória.

Por último, gostavas de deixar algumas palavras aos sportinguistas e, claro, aos leitores da Tasca do Cherba em particular?
Continuem a apoiar e a encher o pavilhão João Rocha ao longo desta época. Foram fundamentais no ano passado e tenho a certeza que o serão este ano. Nós jogadores tudo faremos para vos dar muitas alegrias ao longo da época. E que no fim possamos, juntos, festejar o título, abraçados e a viver o que é o Sporting Clube de Portugal!

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Fim de semana desportivo desde quinta-feira (só vitórias):

Feminino
Vs. Vitória SC – 3-1 (25-9; 18-25; 25-16; 25-12)
Vs. Marítimo – 3-0 (25-14; 25-13; 25-21)
Vs. CS Madeira – 3-0 (25-18; 25-16; 25-19)

Masculino
Vs. AA Espinho – 3-0 (25-18; 25-15; 25-15)
Vs. Caldas – 3-0 (25-14; 25-16; 25-23)

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Bê-a-bá do Voleibol: Altura da rede
A rede de seniores masculinos tem a altura de 2,43m e nas seniores femininas de 2,24m.

*às terças, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo (ou, se preferires, é a crónica semanal sobre o nosso Voleibol)