Neste fim de semana, a onda de resultados positivos vivida por muitas das nossas Modalidades (Rugby Feminino Sénior, Andebol Masculino Sénior, Vóleibol Masculino Sénior, Hoquei em Patins Masculino sénior, Futsal, entre outras) acabou por se estender, com maior ou menor brilho, a todos os escalões do nosso Futebol Feminino que foram chamados a competir.

Curiosamente, o resultado mais brilhante até acabou por ser obtido pelo escalão que ainda não tinha logrado vencer (por competir em condições de dificuldade extrema, sempre contra equipas de rapazes e com média de idades 1 a 2 anos mais velhas): tal como vaticinei no último post, as nossas meninas iam agora começar a obter vitórias. E as pequenas leoazinhas não fizeram por menos: foram, no sábado, ao Campo Sintéctico da Lapa ganhar ao Caneças por expressivos 0-8 com golos de autoria de Lara (2), Maisa (2), Cíntia, Inês Fonseca, Rita e Maria Chaves. No mesmo dia, as nossas Juniores sub 19 (em teoria, porque a média de idades não chega aos 17 anos), deslocaram-se ao Estádio Municipal de Alcobaça, para bater o Ginásio local por 0-6, tendo marcado Nicole Araújo (ataque, 16 anos, 1.58m – 2 golos), Beatriz Conduto (ataque, 18 anos, 1.66m – 1 golo), Laura Silva (defesa, 17 anos, 1.66m -1 golo), Margarida Caniço (ataque, 15 anos, ?m – 1 golo) e Barbara Lopes (meio-campo, 16 anos,?m -1 golo). Também para 17 de Novembro estava agendada para o Campo nº 6 do Estádio Universitário de Lisboa (nossa casa emprestada) a partida entre o Sporting e o CAC (Clube Atlético e Cutural), que ficou adiada para data ainda não calendarizada.

Já no Domingo, dia 18, realizaram-se 2 partidas, ambas às 15 horas: as Séniores receberam no Aurélio Pereira a equipa do Clube Albergaria que terminou com o tangencial resultado de 1-0 a nosso favor, com um golo de Carlyn Baldwin (meio-campo, 22 anos, norte-americana, 1.59m; pela 2ª vez decisiva na conquista de 3 pontos); a Equipa B, recebeu no Campo nº 5 do Estádio Universitário de Lisboa, a equipa do Sintrense (3º classificado) e venceu por 4-0.

Grave, MUITO GRAVE, na minha opinião, é o facto de o site oficial da FPF, no link/página de uma “SUA” competição (o Campeonato Nacional da 2ª Divisão), ao fim do dia dessa competição não incluir o resultado do jogo Sporting CP-SU Sintrense; esta omissão torna-se ainda mais grave, porque o referido site oficial, no mesmo link/página fornece os resultados das outros 3 partidas do mesmo Grupo (Torreense-Ponte Frielas; CP Pego-GD Os Vidreiros; Damaiense-Benfica) incluindo até as respectivas fichas de jogo (onzes iniciais, suplentes – com fotos -, substituições, equipa de arbitragem, treinadores e eventos do jogo como os momentos e intépretes de cartões e dos golos). De salientar que esta omissão só foi “superada” era já 01h30m do dia 19 de Novembro, quando o jogo em falta teve início às 15h00m e término às 16h50m de dia 18 de Novembro!!! O problema é que a “omissão/atraso” de resultados referentes às equipas do Sporting no site da FPF é frequente, e esse facto nunca sucede com a maioria dos outros clubes, particularmente com as equipas dos clubes rivais.

A falta de respeito é total, mas, também nestes detalhes, deveria haver responsáveis do Sporting a par da situação e a EXIGIR o devido reparo. Até pelo respeito que a FPF deveria ter para com a infinda pléiade de atletas que o Sporting fornece a TODAS as Selecções Nacionais dos diversos escalões nos 2 géneros, mas também porque existem outros factores que podem (e devem) ser associados à divulgação (ou falta dela) dos resultados (e das fichas de jogo a eles referentes) das equipas do clube. Factores como a (des)valorização do investimento de patrocinadores, a (des)valorização da Imagem e da Marca Sporting e a (des)valorização dos activos e dos(as) atletas do Clube.

Interessante também o destaque ou o ordenamento feito das competições de Futebol Feminino que a FPF organiza: na Home Page, clica-se em Jogos e Resultados; nesta clica-se em Competições e aberta a respectiva página, clica-se em Federação: aparecem listadas as competições de Futebol Masculino, Futebol Feminino, Futsal Masculino, Futsal Feminino e Futebol de Praia Masculino. A curiosidade reside no facto de, no ordenamento das competições de Futebol Feminino, o Campeonato da 2ª Divisão aparecer no topo (!!!), antes da Liga BPI (1ª Divisão), da Supertaça e da Taça de Portuigal, além, claro, do Campeonato Nacional de sub 19. É mesmo caso para dizer: na FPF, há que dar primazia à competição onde está o clube de carnide.

Mas, deixando para trás o desvelo com que a Federação culminou 15 dias de tratamento discriminatório aplicado ao Sporting Clube de Portugal (após o regabofe clubístico patente nas várias escolhas associadas ao triplo “compromisso” da Selecção “Nacional”), decidi, para este post, centrar a atenção em mais um dado interessante sobre o cuidado que, no nosso Projecto de Futebol Feminino, é dado a todos os detalhes da Formação em competição.

Atentem nas escolhas para a composição da equipa que alinhou pelas sub 19 na vitória de sábado, 17/11, em Alcobaça, por 6-0: 9 INICIAL – Inês Dias (da equipa de sub-17; G-R;15 anos;m?); Ana Laura Silva (Def.;17anos;1.66m); Filipa Matos (Def.;18 anos;m ?); Matilde Raposo (Def.;18anos; 1.53m); Maria Cabo (Def.;16 anos;m?); Raquel Ferreira (Meio-Campo;16 anos;m?); Bárbara lopes Ferreira (M-C;16 anos;m?); Inês Macedo (Ataque;18 anos;m?) e Margarida Caniço (At.;15 anos;m?). SUPLENTES USADAS: Marisa Paulo (da equipa de sub-17;Def.;15 anos;m?); Beatriz Conduto (Ataque;18 anos;m?) e Nicole Araújo (At.;16 anos;1.58m). Fazendo a média de idades das 12 meninas que “foram a jogo”, esta é de 16/17 anos (e lembro que a competição é de sub 19, ou seja, normalmente, para atletas de 18 e de 19 anos). De salientar que: “foram a jogo” 2 meninas que habitualmente alinham nas sub-17 (uma guarda-redes e uma defesa), ambientadas assim a um escalão competitivo físicamente mais exigente e com outras exigências técnico tácticas (até porque nas sub 17 joga-se Futebol de 7 e nas sub 19 joga-se Futebol de 9); estas 2 “entradas” colmataram parte da ausência competitiva do escalão sub 17 devida ao adiamento do jogo que estava calendarizado com o CAC; por outro lado, permitiram também “dispensar” deste jogo das sub19 mais duas atletas para o jogo da Equipe B, no dia seguinte, de futebol de 11, a contar para o Campeonato Senior da 2ª Divisão (uma vez que esta Equipa B não é mais que a equipa sub 19, reforçada por duas atletas sub 21 e por atletas que, não estando lesionadas, não tenham sido convocadas para o jogo das Senires A).

Já no que se refere a esse jogo da Equipe B para o campeonato da 2ª Divisão Sénior (Futebol de 11), as escolhas das 14 jogadoras que “foram a jogo” correspondiam a uma média de idades de 17 anos e incluiam 2 jogadoras que haviam alinhado nas sub-19 menos de 24 horas antes (Inês Macedo e Beatriz Conduto); de salientar também que as autoras dos golos foram Andreia Jacinto (Meio-campo; 16 anos; 1.68m) e Marta Ferreira (Meio-campo; 16 anos; 1.64m, que fez um hat-trick em 4 minutos!!! – aos 73min, 75min e 77min).

Sporting-Clube-Portugal-Futebol-Feminino

Todos estes indicadores constituem FACTOS que atestam que, ao contrário do alarmismo com que algns já começam a analisar os resultados da equipa sénior, estamos a percorrer o caminho correcto. É com base na Formação trabalhada em anbiente competitivo de exigência máxima e de permanente superação, que o Projecto do Futebol Feminino do Sporting se está a construir. De uma forma SUSTENTADA e SUSTENTÁVEL. Porque estamos a falar de investimento global para alimentar o Futebol Senior PROFISSIONAL. E, em cada um dos 3 anos da sua existência nesta Modalidade, o Braga investiu sempre mais só no seu Plantel Sénior que o Sporting em todos os Escalões; e construíu a sua equipa senior com base em mais do triplo de contratações de estrangeiras; e tem muito menos potencial e capacidade de angariar receitas de patrocínios, bilhética, merchandising e outras.

Também é preciso atentar que um processo idêntico ao do Braga (ainda mais exagerado) se verifica com o investimento feito pelo Benfica (com a agravante de estarem na 2ª Divsão e de terem custos acrescidos por não utilizarem instalações suas para treinar e para jogar “em casa”). Acresce a isto o facto de para o ano, haver mais uma equipa a entrar para a Modalidade e que será concorrente geográfica directa do Braga: o Vitória de Guimarães.

Aquilo que pode estar a faltar no projecto do Sporting (e friso o PODE, porque só faltará MESMO se não viermos a conquistar o campeonato este ano) são os seguintes factores de sustentabilidade do Projecto: uma maior assertividade na escolha das estrangeiras (talvez sejam necessárias mais duas centrais de boa estampa física – entre 1,75m e 1,80m – e suficientemente ágeis, rápidas e de alguma capacidade técnica para sair a jogar; a existirem essas centrais a Nevena pode avançar para a posição 6; a necessidade dessas centrais já em Janeiro é dependente do resultado do jogo com o Braga – vencendo pode-se contratar apenas 1 e a outra só no mercado seguinte); e uma maior agressividade, criatividade, rigor e competência no desenvolvimento de áreas de captação de receitas como o Merchandising (tem de deixar de ser só para o Futebol Sénior Masculino e tem de se associar mais o merchandising aos jogos e a iniciativas específicas com a presença das jogadoras), o Marketing (patrocínios e publicidade específica, direitos televisivos) e a Bilhética (passar a cobrar, mesmo que simbólico, nos jogos no Aurélio Pereira e realizar mais jogos no Alvalade, cobrando mais por ingresso, de recordar que, apar o ano recebemos Braga e Benfica e poderemos também fazer “casas” e receitas interessantes – se em bons horários, devidamente publicitados e integrados com os jogos de Pavilhão – nos jogos contra Valadares e Marítimo).

Este segundo factor de sustentabilidade do Projecto é independente de qualquer resultado e já devia de estar implementado antes de ontem. Aliás, num momento em que muito se fala (e bem) em arrumar a casa, estas áreas (e a Comunicação Institucional) talvez devam merecer prioridade máxima, pois podem constituir importante e decisivo factor de crescimento e de agregação do Clube e dos seus Adeptos.

* às segundas, o Álvaro Antunes faz-se ao Atlântico e prepara-nos um petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino