Os Sócios do Sporting aprovaram esta sexta-feira à noite o orçamento para 2018/19 e o relatório de gestão e contas da temporada passada na Assembleia Geral realizada no Multidesportivo de Alvalade.

Com 553 associados presentes (correspondentes a 3021 votos), o orçamento para a presente época foi aprovado com 56.32% dos votos, enquanto o relatório de gestão e contas teve o mesmo destino com 82.99% dos votos.

Naquela que foi a primeira reunião magna dos actuais órgãos sociais, não faltaram momentos mais quentes e que, no fundo, confirmam as muitas feridas que há por sarar e ajudam a explicar a reduzida percentagem com que foi aprovado o orçamento para esta época.

De acordo com o site Observador, foi notório o clima de tensão e fratura entre os presentes, com alguns discursos contra a Direção recentemente eleita e também contra a forma como foi gerido todo o processo que levou à destituição de Bruno de Carvalho em Assembleia Geral a 23 de junho (a ata dessa reunião não foi lida, o que também gerou protestos). Houve também pelo menos um membro das Comissões nomeadas por Jaime Marta Soares, antigo líder da Mesa, durante o período de maior crise no clube que foi alvo de insultos por outros associados.

Frederico Varandas foi assobiado na altura em que se preparava para iniciar o seu discurso e na altura de votação o presidente verde e branco voltou a ser criticado, o que deixou muitos dos presentes incomodados pelo sucedido. “Nunca mais haverá alguém acima do clube. Há uma condição mínima para trabalhar: estabilidade. A Direção nunca vai recuar sob ameaça!”, disse o presidente do Sporting no único discurso, voltando então a ouvir assobios pela “indireta” ao antecessor e deixando antever uma agitada AG no dia 15 de Dezembro.

Acrescente-se que o Orçamento apresentado, com um resultado final estimado de 2,088 milhões de euros acima do projetado pelo anterior elenco diretivo, tem muitas semelhanças com o que tinha sido apresentado por Bruno de Carvalho a meio de junho. Como o próprio Francisco Salgado Zenha, vice-presidente com a parte financeira do clube, explicou aos associados presentes, muito do que vinha de trás teve de ser seguido porque os ordenados e os orçamentos para cada modalidades já estavam há muito definidos.

Mas é de ressalvar o facto do exercício de 2017/18 ter tido um resultado líquido positivo de 2,088M€, com receitas de 24,138M€, quase 3M€ acima do esperado, muito “por culpa” do aumento da Publicidade e Patrocínios.

Recorde-se que as contas projetadas pelo anterior líder nunca chegaram a ser votadas: por um lado, a Comissão Transitória da Mesa da Assembleia Geral liderada por Elsa Judas que tinha sido nomeada foi considerada ilegal, pelo que a marcação da reunião magna nunca existiu; por outro lado, a Comissão de Fiscalização, que assegurou as competências do Conselho Fiscal e Disciplinar que se tinha demitido em peso, deixou um parecer muito crítico aos números em causa, considerando mesmo ser “um cheque em branco para aumentar o passivo” num exercício com “receitas exageradas” e “variações mascaradas”.

NOTA DA TASCA: inacreditável o papel que alguns Sportinguistas desempenharam durante a AG, utilizando as redes sociais para bufar tudo cá para fora…