Neste fim de semana, apenas 3 das nossas 5 equipas de Futebol Feminino entraram em acção: as Infantis defrontariam o Encarnação e Oilivais (do “meu” bairro), mas o jogo não se disputou não se disputou por desistência do adversário. Já a equipa B não jogou, por ter havido paragem no Campeonato Nacional da 2ª Divisão; não me perguntem o porquê de tal interrupção porque não consegui perceber.

Para o Campeonato Distrital da AFL de Futebol Feminino, escalão Juvenis sub 17, em Futebol de 7, recebemos no Campo nº 6 do Estádio Universitário de Lisboa, às 11h, o histórico “Fófó”, o Futebol de Benfica, que vencemos por um categórico 17-0 (sim, escrevi bem: dezassete -zero). Os golos foram de Cristiana Martins (Ataque -13 anos: 5 golos), Iara Gonçalves (Ataque – 13 anos: 3g), Andreia Bravo (Meio/Campo – 13 anos: 3g), Maria Ferreira (defesa – 13 anos: 2golos), Catarina Mairos (Meio/Campo – 14 anos: 1g), Marta Galvão (Defesa – 14 anos: 1g) e Francisca Martins (Meio/Campo – 13 anos: 1g) e um auto golo. O jogo era de sub17 mas 14 dos 16 golos apontados pelas nossas meninas tinham o “selo de idade” de sub13 e os outros 2 de 1º ano de sub15.

Também no sábado, mas às 15h, em jogo para o Nacional de Juniores sub19, futebol de 9, 1ª Fase Série E, jogou-se um derbi referente a jogo antecipado da 17ª jornada: o Sporting recebeu o Benfica no dia da jornada em que o Benfica deveria ter recbido o Sporting. Deu para perceber? Pois, eu também não percebi, mas não é relevante. O importante foi que o jogo se efectuou, e o Benfica venceu por 1-2, com golos apontados por: Benfica – Beatriz Cameirão (17 anos) e Lara Pintassilgo (16 anos); Sporting – Marta Ferreira (16 anos).

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Foi, diz quem assistiu, uma boa promoção da modalidade, um jogo bastante equilibrado até com ascendente nosso mas com muito maior eficácia das encarnadas. A reter que o Benfica, além da equipa de sub19, tem também na sua formação 2 equipas de sub17 (A e B); isto porque, não havendo na AFL de Lisboa, competição Feminina em escalões inferiores a sub17, a equipa B integra meninas com idades sub 15 e até sub 13. Portanto, o Benfica, em matéria de formação no Futebol Feminino está também a construir um Projecto de forte aposta na elevação do quadro competitivo de cada escalão etário. Resta saber como isso se coadunará com uma equipa A em que pontificam 11 jogadoras estrangeiras. E até que ponto conseguirá o Clube manter o investimento, o mais alto em Portugal, continuando a jogar e a treinar (todas as 4 equipas) em casas alugadas e ainda sem patrocínio específico.

De qualquer modo, temos de reforçar ainda mais a nossa aposta no Projecto, continuando a centrá-lo nas mesmas premissas, mas sendo ainda mais proactivos no scouting e recrutamento (aqui, talvez fosse uma das formas de os núcleos apoiarem o Clube e vice-versa: o o Clube criar – em conjunto com os núcleos – uma “rede” de apoio ao scouting e isto é válido para todas as Modalidades). Seja como for, o Sporting tem de ser ainda mais proficiente na “descoberta” precoce de talento e na criação de condições para que venham a representar o clube.

Já no Domingo, entraram em acção as nossas Séniores A, ao deslocarem-se ao Estádio Municipal de Vila Verde para defrontar o Vilaverdense, que venceram por 0-7. Os golos foram da autoria de: Diana Silva (23 anos/1.60m – 2 golos); Ana Capeta (20 anos/1.70m – 2 golos); Ana Borges (28 anos/1.60m – 1 golo); Joana Marchão (22 anos/1,61m – 1 golo) e ainda um auto golo da Vilaverdense Eduarda.

Na próxima jornada, domingo dia 9, às 15h00m, recebemos o líder Sporting de Braga, num dos jogos da decisão do título e a primeira nota vai para o local do encontro, o Estádio Aurélio Pereira. É profundamente lamentável o retrocesso do clube nesta matéria.

No ano em que o Sporting regressou e o Braga ingressou na Modalidade, o Sporting vs Braga da 2ª volta da então Liga Allianz realizou-se, a pedido do Sporting e com aceitação do Braga, no Estádio José de Alvalade. O resultado foi uma assistência de quasse 10 000 pessoas, até então inédita em Portugal e mesmo (senão inédita, no mínimo rara) em jogos de Ligas nacionais femininas. De tal modo, que o feito foi notícia internacional de muitos jornais desportivos e as imagens do incrível ambiente de festa passaram em serviços noticiosos de vários dos principais canais televisivos de muitos países, incluindo os EUA, a “pátria” do Futebol Feminino.

Na época seguinte, 2017/18, também para a 2ª volta, o Sporting recebe o Braga novamente em Alvalade, com uma assistência algo menor (pouco mais de 6 000 pessoas), em boa parte porque, se o Sporting no ano anterior estava 2 pontos atrás do Braga, já na época 2017/18 estava 5 pontos à frente, numa posição muito mais confortável e também porque, mesmo dia, a equipa de JJ jogaria no Estoril apenas hora e meia após acabar o jogo das Meninas em Alvalade. De qualquer modo, foi mais uma excelente jornada de promoção da Modalidade.

Ora, nesta época, quando TUDO aconselha a que se repetisse a inciativa das 2 épocas anteriores, o Sporting não solicita à FPF a mudança da localização do jogo. Não dá para compreender. Mesmo que o Braga se opusesse, o Sporting teria sempre argumentos junto da Federação para jogar em Alvalade. É certo que se teria de alterar também a data do jogo, uma vez que os séniores Masculinos também jogam em Alvalade no mesmo dia. Mas qual seria o problema de o fazer, se isso seria em benefício da promoção da Modalidade. Até porque, no dia 9, à mesma hora do Sporting vs Braga da Liga BPI, joga-se no PJR um Sporting vs HC de Braga em Hóquei em Patins, o qual terá transmissão televisiva. Ou seja, nem mais públivco, nem transmissão televisiva. Onde fica a promoção da Modalidade? Não foi para o seu crescimento que se convidou os Clubes de 1ª Liga masculina a aderir directamente em 2016? E não foi isso que levou Sporting e Braga a aceitar esse convite? Então, o que justifica este retrocesso?

Em minha opinião, tudo se deve ao facto de o Sporting não ter feito o quanto fosse necessário para garantir que o jogo se realizasse em Alvalade, com uma grande divulgação, visando um novo record de assitência (até seria um ótimo objectivo para esta Direcção) e com garantia de transmissão televisiva.

Assim, desperdiça-se uma excelente oportunidade de promover a Modalidade e quem perde: é o Futebol Feminino do Sporting (todo, porque o jogo naquele palco e naquele ambiente é um incentivo também para as atletas das camadas jovens); é a marca Sporting que não consegue aproveitar uma oportunidade de promoção internacional; é a Federação Poruguesa de Futebol, que vê desperdiçar uma ocasião de crescimento da Modalidade; e é a própria Modalidade que conhece um retrocesso na sua promoção. E tudo isto no ano em que antecede a entrada do Benfica nesta Liga e nestas lides.

Perder o “hábito” de realizar os jogos das decisões no Alvalade nesta fase é ainda mais estúpido. Nem é por uma questão de receitas (que também podem ser consideradas), mas por uma questão de afirmação do Clube e da Marca. Daqui a dois anos, provavelmente ainda se acrescenta o Guimarães. Já imaginaram o que faz pela promoção da Modalidade 3 bons jogos em Alvalade por época, com bom público (que só nós sabemos “arrastar”) e com transmissões Sporting TV? E Crescendo a Modalidade não crescem os patrocínios? Colocando-nos nós na linha da frente dos grandes jogos, não ficaremos em situação privilegiada de captação desses patrocínios? E não sáo esses espectáculos, esses palcos, esses ambientes que motivam atletas e cativam novos adeptos e sócios?

Julgo que esta situação merece ser muito bem repensada pela Direcção quer do Clube quer do departamento.

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* às segundas, o Álvaro Antunes faz-se ao Atlântico e prepara-nos um petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino