Leao Sheffield
8 Janeiro, 2019 at 10:25

Falando mais a sério agora, isto é um problema enraizado na cultura do Sporting! Isto não é um problema de BdC, Varandas ou outro qualquer. O Sporting, na modalidade de futebol masculino profissional, tem uma cultura de derrota por mais que nos custe aceitar isso. Isto dura há anos e anos com excepções aqui e ali, nomeadamente por talento acumulado que nos permitia ganhar (Jardel, JVP, Niculae, Quaresma, Hugo Viana, etc) ou por um espírito de equipa tremendo e também algum talento (Vidigal, Acosta, Duscher, Andre Cruz, etc).

Não sei sinceramente como se resolve isto. Vejo facilmente estarmos a discutir a mesma coisa daqui a 5, 10 ou 20 anos.

Há uma coisa que eu sei. Goste-se ou não do estilo, BdC foi o único presidente que me lembro que deu uma verdadeira pissada nos jogadores. Eu sei que o estilo chocou muita gente, mais do que o conteúdo, mas a mim não me chocou nada. Há quantos anos andamos nós, como verdadeiros patinhos, a pagar gameboxes, quotas e sabe-se lá mais o quê, para apanhar desilusão após desilusão? Acham que os jogadores estão neste momento muito incomodados em Alcochete a mandarem-se todos para o caralho e todos de sobrolho franzido ou estão todos bem-dispostos como se nada se passasse?

Tudo isto leva de volta ao ponto de partida. A nossa cultura de exigência é 0. Somos um clube de mansos no que toca aos nossos padrões de exigência. Este ano foi Tondela (e sabe-se lá mais o quê), o ano passado foi Estoril e Madeira (seguida daquela espectacular final da taça), antes disso houve Tondelas, Moreirenses, Académicas, etc.

Podem continuar a discutir à vontade, insultarem-se, fazer concursos para ver quem tem a pila maior, etc. Até a própria cultura do clube mudar (no que toca ao futebol) não vamos passar da 3a roda no futebol português, os gajos que andam para aqui a fazer de bobos da festa. Eu já me cansei de dar para esse peditório.

psfilipe
8 Janeiro, 2019 at 10:41

Bom comentário, Sheffield.

Não é bem uma cultura de derrota.
No futebol temos uma cultura de clube pequeno.

Uma cultura de total desvinculação ao clube.
Os atletas de futebol no Sporting sabem (mesmo pouco tempo depois de chegarem) que os adeptos e direcção não cobram os falhanços.
Isso leva-os a apenas gerirem as suas carreiras. A ganharem o ‘seu’.
O William, por exemplo, foi um dos casos mais gritantes.

Nas modalidades passa-se exactamente o contrário.
Os atletas têm um compromisso bastante maior. E por vezes em condições bem adversas.

Esta era uma das características que eu mais apreciava em BdC.
Ele percebia este fenómeno e tentou combatê-lo.

Tenho muita pena que não o tenham deixado continuar porque acredito que seria dessa forma que mudávamos o paradigma do Sporting perdedor.

*«eu ouvi o teu comentário» é servido sempre que o homem do balcão consiga distinguir uma boa posta por entre o barulho dos pratos