Neste fim de semana tivémos todas as equipas do Nosso Futebol das Meninas, Raparigas e Senhoras em acção.

No Sabado, dia 26 de Janeiro, tivemos os seguintes jogos e resultados:
10:30- Col. Pedro Arrupe 5 vs 1 Sporting CP
Infantis – 12.ª Jornada da Série 2 do Campeonato Distrital de Lisboa Juniores D2 Sub 13 Masculinos, Campo do Colégio Pedro Arrupe (Lisboa) – Golo SCP de Madalena Santos

11:00- Sporting CP 3 vs 2 SCU Torreense
12.ª Jornada da Série 1 do Campeonato Distrital de Lisboa de Juniores B sub17- Futebol de 7, Campo n.º 6 do Estádio Universitário (Lisboa) – Golos SCP de Andreia Bravo (meio-campo 13 anos), Maria Ferreira (defesa, 13 anos) e Inês Nogueira (defesa, 14 anos)

15:00- C.A. Ouriense 1 vs 2 Sporting CP
14.ª Jornada da Série E do Campeonato Nacional Juniores A sub19 – Futebol de 9 (1ª Fase), Campo da Caridade (Ourém) – Golos SCP de Beatriz Conduto (avançada, 18 anos) e Vera Cid (meio-campo, 16 anos)
No Domingo, dia 27 de Janeiro, foi dia das competições Seniores:

15:00- GD Estoril-Praia 0 vs 1 Sporting CP
Liga BPI – 1ª Divisão Nacional de Seniores – 14.ª jornada, Campo 2 CTFD – Golo SCP de Solange Carvalhas (avançada, 26 anos, 1.61m)

15:00- UD Ponte Frielas 0 vs 4 Sporting CP B
Equipa B – 15.ª jornada Camp. Nac. Promoção, Frielas – Golos SCP de Marta Ferreira (2 golos, meio-campo, 16 anos) e Inês Macedo (2 golos, avançada, 18 anos)

Foram resultados expectáveis, com maior ou menor brilho. Mas permitam-me, esta semana, colocar um primeiro foco em duas notícias que confirmam a qualidade do trabalho que se está a fazer na formação.

A primeira refere-se à última convocatória para a Selecção de Sub 16 das nossas leoas Inês Dias (Guarda Redes, 16 anos feitos a 1 de Janeiro), Marisa Paulo (defesa, 15anos – fará 16 a 10 de fevereiro), Núria Monteiro (defesa, 15 anos feitos em Novembro, integra as nossas equipas sub19 e seniores B), Joana Dantas (centro campista, 15 anos, fará 16 a 15 de Março, integra as nossas equipas sub19 e seniores B) e Margarida Caniço (avançada, 15anos – fará 16 a 8 de fevereiro, integra as nossas equipas sub19 e seniores B). Os parabéns às nossas convocadas.

catarina potra

A segunda refere-se à invulgar estreia da guarda-redes Catarina Potra. A Catarina estreou-se em jogos federados o ano passado, integrando a nossa equipa Feminina de Infantis que participou no Distrital B sub13 Masculinos. Tinha então 12 anos. Hoje, já com 13 anos, integra os trabalhos regulares e as competições da nossa equipa de sub 17. No passado sábado dia 19, participou no jogo que vencemos por 7-0 contra o Lisboa SC, a contar para o Campeonato Nacional de … Juniores sub19!!! Com apenas 13 anos e na posição de Guarda Redes (onde a diferença de idades pode ser bem notada, desde logo na potência dos remates e nas alturas das oponentes)! Parabéns Catarina e continua esse teu invejável percurso.

Todavia, o que mais pretendo colocar a debate dos tasqueiros no post desta semana é a necessidade de criar um modelo de sustentação do projecto desportivo e formativo para o Futebol Feminino. E falo sobretudo de criar formas de sustentar económica, financeira, técnica e emocionalmente um Projecto como o nosso.

Muito se tem debatido aqui sobre a necessidade de investir na equipa A, nomeadamente dotando-a de outra capacidade física e atlética, para o que seria necessário reajustar a contratação de atletas estrangeiras. Mais uma vez, não ponho em causa a justeza de uma tal opinião, tenho discordado da sua urgência ou da sua forma, mas não posso deixar de entender que a sua abordagem se torna, cada vez mais, pertinente. Até porque, mesmo que não seja essa (a do reforço físico-atlético) a opção para reforçar a equipa A, o que parece indubitável é a necessidade de reforço (e falo para o defeso de verão).

Seja com atletas mais altas e fortes, seja com atletas mais virtuosas técnicamente, seja com um misto das duas, o certo é que, para podermos, para o ano, competir com Benfica e Braga na disputa do título é necessário um upgrade ao actua plantel. E é um facto que isso só se obtem maioritariamente recorrendo ao mercado externo (atletas estrangeiras ou atletas portuguesas a jogar no estrangeiro – como a Dolores que representou o Braga e está agora no Atlético de Madrid). Para tal é necessário capacidade para investir!

Para reforçar significativamente a capacidade de investir na equipa A feminina só vejo 3 opções: ou mantendo o investimento global na “Modalidade”(*1), o que significa retirar parte do investimento alocado aos escalões de Formação, ou garantindo uma maior alocação dos recursos da SAD para a “Modalidade” ou criando e procurando fontes de financiamento próprias.

Considerando a primeira hipótese como absolutamente inadequada (por contrariar o nosso ADN formador e por gerar, a prazo mais necessidades de recursos esteriores e, logo de maior financiamento) e a segunda hipótese como muito pouco viável, e até indesejável, na actual conjuntura, resta-nos focarmo-nos na terceira hipótese.

Muito daquilo que vou agora defender para o Futebol Feminino, acho aplicável, desejável e porventura imperativo para qualquer outra Modalidade, particularmente para aquelas que são mais “expressivas” (Andebol, Hóquei, Futsal, Vólei, Basketball e Tánis de Mesa; Atletismo, Ciclismo e Rugby); outras Modalidades serão mais “auto-sustentáveis”, “vivendo” da formação comtinuada da carolice dos praticantes, e de pequenos patrocínios específicos, mas, de qualquer modo, algumas das sugestões aqui defendidas também a elas se podem aplicar.

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Que “soluções” preconizo/sugiro então para incrementar e gerar sustentabilidade de longo prazo ao Projecto do Futebol Feminino?
– a criação de uma Gamebox(*2) da “Modalidade”, e a utilização mais frequente do Estádio José de Alvalade (até como incentivo à aquisção das Gamebox) nas recepções a Benfica e Braga, e, eventualmente, a Valadares e Futebol Benfica. O AUMENTO REGULAR DE ASSISTÊNCIAS É FUNDAMENTAL;
– o pagamento de ingressos (mesmo que realtivamente simbólico) para todos os jogos em casa;
– a criação de merchandising próprio da “Modalidade”(*1), com artigos referentes às atletas (Camisetas autografados pelas mesmas, posters das atletas e das equipas) e a eventos (Cachecóis de jogos especiais) e artigos da Modalidade com design próprio Sweats, Camisetas, Pólos, Cachecóis, artigos de Escrtitório, artigos de decoração, etc, com venda alocada nas Lojas Verdes e com locais de venda a acompanhar os dias de jogo (na Academia, ou nos Jogos fora) e disponíveis para compras online na Plataforma Núcleos;
– criação de eventos de proximidade e empatia atletas/adeptos quer em espaços e eventos de grande afluência (e.g.: grandes centros comerciais, antes ou de pois de grandes eventos/jogos no PJR ou no Estádio);
– publicitar SEMPRE e BEM todas essas actividades na Sporting TV e no Jornal Sporting (antes, para promoção das mesmas; após, para sua divulgação);
– regresso da transmissão televisiva de todos os jogos em casa na SportingTV (incluindo os de Alvalade);
– maior utlização da Sporting TV para promover a proximidade dos adeptos com as atletas e para lhes dar maior visibilidade (por exemplo tendo um Programa semanal da Modalidade, dando a conhecer os resultados dos diversos escalões, entrevistando atletas e técnicos, mostrando parte dos treinos, as condições de treino dos diferentes escalões, etc);
– a negociação e /ou renegociação de patrocínios e sponsorização, em função do aumento de assistências, do aumento de visibilidade das atletas, das transmissões televisivas e dos resultados desportivos;
– a consideração de um aumento percentual de 5% anual do Orçamento da SAD alocado à “Modalidade”, durante os próximos 10 anos.

O conjunto dessas medidas, bem trabalhadas poderá significar, não apenas um encaixe regular que permita maior investimento, mas, sobretudo, a criação de sinergias que reforçam o apoio à equipa, o crescimento do seu público e, logo, maior capacidade de angariar mais receita e mais patrocínio. Por sua vez, a maior capacidade de investimento na equipa A, mantendo ou até mesmo incrementando a aposta na Formação, tenderá a criar equipas ainda mais competitivas e ganhadoras, que também fornecem mais espectáculo, fidelizam mais público e garantem mais receita.

Torna-se muito importante, mais do que tudo, repetir e até melhorar as assistências do jogo de Braga em Alvalade (e agora ainda mais com a vinda do Benfica para a Liga principal) e fidelizar um público crescente que acompanhe regularmente a equipa, a exemplo do que acontece no Masculino (ainda que percebendo que em diferente proporção). Se gerarmos 10 % das assistências médias que garantimos no Futebol Sénior Masculino, estaremos a tornar a equipa e o projecto absolutamente sustentável, porque significa tam,bém maior potencial de merchandising e maior potencial de captação de sponsors.

Apenas afloro a questão “pela rama”, não apenas porque não sou nenhum CEO empresarial ou criativo de marketing, mas também porque acho que poderá haver da parte dos Tasqueiros capacidade para aduzir bons argumentos ao debate desta questão.

* às segundas, o Álvaro Antunes faz-se ao Atlântico e prepara-nos um petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino