Estamos na final. O final de Maio marca mais uma romaria ao Jamor e sinceramente fizemos por merecê-la. O jogo de ontem provou que, apesar de uma consciência essencial que não temos mais ou melhor equipa que os nossos grandes rivais, num Domingo qualquer, podemos “ser” mais fortes e mais talentosos e vencer – se (e é uma enorme preposição) juntarmos um ingrediente fundamental – a entrega.

Foi visível, do 1º ao 94º minuto que onde faltou arte, houve esforço. Quando faltou força, houve sacrifício. Onde houve erro, existiu resiliência para não perder o ânimo. Foi dessa forma que superámos o Benfica, correndo mais, lutando mais, não dando um metro ou ressalto por perdido. Nem sempre fomos esclarecidos a decidir o último passe, nem sempre houve a calma para pensar o jogo e procurar as fragilidades do adversário, nem sempre existiram os posicionamentos certos para impedir o rival de chegar a zonas de decisão.

Mas de uma coisa tenho a certeza, fomos superiores. Essa era a prova que faltava aos comandados por Keizer. Que podem ser melhores e vencer jogos, sem precisar de ajudas, de prolongamentos ou de penaltis. A noite de ontem provou que podem, sempre que acreditarem e se entregarem a cada momento como essencial. Se cada um dos jogadores que estiveram em campo for para casa e revir a sua exibição, vai ficar orgulhoso e vai constatar um facto – foram melhores, foram equipa, ficaram bem na maioria das fotos do encontro.

Espero que esta passagem à Final da Taça de Portugal sirva como ponto de viragem a esta equipa, que tantas vezes se sente insegura, perde o foco e sofre desnecessariamente para conseguir os resultados que estão ao seu alcance. Se o fizerem, também os adeptos responderão, sendo muito mais fácil espelharem-se num conjunto que faz da lutar seu primeiro e último recurso. Por mim falo, que não me sinto mais pequeno por afirmar que ontem foi o jogo que mais gostei de ver o Sporting esta época, mesmo – ou até por – saber que não foi o que terá tido melhor “nota artística”.

Uma palavra para todo os outros jogadores que não estiveram em campo, principalmente Dost e Ristovski: o Sporting precisa de vocês e é mais forte com vocês. É mais forte com todos os jogadores a trabalhar para apenas um só objectivo – a equipa e o seu sucesso.

E as últimas vão para Keizer. Está bastante mais próximo dos objetivos mínimos que há uns bons meses imaginei para a sua manutenção. A conquista da Taça da Liga e Taça de Portugal e o 3º lugar não fazem de 18/19 uma época desastrosa, mas também não chega para ser considerada uma temporada bem sucedida. Mesmo com todos os problemas conhecidos, o Sporting não pode baixar a fasquia e não podemos andar de 2 em 2 anos em “anos zero”. Uma boa época é ser Campeão, ir à Champions e vencer Taças, fazer grandes proezas europeias, valorizar bastantes jogadores.

A medida para Keizer deve ser esta. Não outra. Os melhores, superam-se e fazem com que outros se superem, continuamente. Eu quero um grande treinador no Sporting e espero que Keizer chegue a esse patamar, mas convém que as vendas, as assistências no estádio, os números, os pontos e as conquistas digam o mesmo que uma gestão conservadora e racional possa querer encontrar.

Saudações Leoninas e fiquem com o Al Pacino, para resumir o mood para o Jamor

*às quartas, o Zero Seis passa-se da marmita e vira do avesso a cozinha da Tasca