Foi uma das perguntas mais interessantes, debatidas no Sporting Summit, evento que, pela primeira vez, permitiu pensar e discutir as modalidades do Clube.

Nuno Dias, que participou na Mesa Redonda juntamente com Paulo Freitas, Hugo Canela, Hugo Silva e Luís Magalhães, afirmou que “fazemos um trabalho na nossa formação de modo a conseguir apostar ainda mais, mas sabemos que é um degrau difícil e que é complicado para os atletas darem esse passo” pois a integração dos jogadores nem sempre é fácil, “se bem que felizmente temos conseguido fazê-lo, porque a nossa formação trabalha com os nossos moldes, com um modelo transversal que nos permite recrutar sem ‘estragar’, e o que temos conseguido fazer é que os nossos atletas mais jovens se incluam naquilo que é o nosso trabalho”. “Já foram tantos os que nesta época conseguiram fazer minutos na Liga Sport Zone e muitos mais são aqueles que já treinaram com os séniores e que, apesar dessa dificuldade de passar de um escalão sub-20 para um escalão sénior, o trabalho tem sido bem feito e temos conseguido cada vez mais integrar esses jovens”.

O técnico Leonino referiu ainda que “mais importante do que o nível etário, é o nível do desempenho” e que “nem sempre um está directamente relacionado com o outro mas que o mais importante é o desempenho dos atletas e a qualidade que apresentam, esta é uma ‘máxima’ importante para o Clube”, finalizou.

Paulo Freitas, treinador da equipa principal de hóquei em patins do Sporting Clube de Portugal, mencionou que é importante “percebemos o nível de qualidade que existe neste momento no Sporting CP e que não é, de forma alguma, fácil cá chegar, e então temos de definir aquilo que consideramos talento e desenvolver essas capacidades, e por isso é que há um conjunto de etapas que têm de ser percorridas e circunstâncias pelas quais os atletas têm de ultrapassar e evoluir”.

O técnico Leonino salientou também que é importante “pensar se formamos para ganhar ou se formamos a ganhar”. “Não podemos nunca deixar de perceber e pensar que numa competição o ‘ganhar’ faz parte do trajecto. A identificação que fazemos dos atletas, aquilo que catalogamos como talento, têm necessariamente algumas permissas, e uma delas é passarem por momentos de decisão nos escalões de formação e internacionais. Há um conjunto de parâmetros em que obviamente os atletas terão de se encaixar”, concluiu.

Hugo Canela, treinador da equipa principal de andebol do Sporting Clube de Portugal, abordou um tópico relacionado com as crianças e as suas escolhas: “Cada vez menos as crianças brincam, cada vez existem mais brincadeiras estruturadas pelos pais: ir para o futebol, ir para o karaté, ir para a natação. É fundamental que possam experimentar o seu corpo, várias modalidades e que possam decidir onde se sentem melhor, e depois dentro daquilo que escolherem, por exemplo, no caso do andebol, experimentar várias posições”.

É fundamental que, para além do treinador, os pais e os atletas também se revejam no projecto desportivo: “Precisamos cada vez mais dos pais, temos de saber que têm de estar connosco, isso é importantíssimo, porque para além de um projecto desportivo é também um projecto de vida, temos de ter isso em conta e explicar aos pais o tipo de projecto em que os seus filhos estão inseridos. Estamos aqui para os ajudar a educar as crianças, para que possam crescer connosco e aprendam outro tipo de valências que o próprio desporto dá”, finalizou o técnico.

Luís Magalhães, treinador da equipa principal de basquetebol do Sporting Clube de Portugal, defende que a equação para o sucesso baseia-se em “treinadores competentes mais jogadores com talento”, o que resultará em “atletas com futuro”.

O treinador Leonino salientou que “toda a gente tem de ser competente, toda a estrutura” dando principal destaque aos pais, “que são um elo fundamental no papel da formação de um atleta, de que forma é que podem contribuir para a formação global e desportiva do seu educando, portanto é importante que haja um alinhamento a nível das competências de cada um”.

Referiu ainda a relevância do papel de um treinador: “É fundamental na gestão de toda a equipa, caso contrário não haverá sucesso”. Acrescentou ainda que está “pronto para ajudar no que for preciso” no regresso do escalão senior ao Clube, e que tentará dar “o melhor todos os dias, motivando as pessoas, para possamos chegar onde todos queremos: ao sucesso”.